Intervenção de Manuel Guerreiro
Membro do Conselho Nacional
Informação e Propaganda Sindical
Caros Camaradas
Delegados e Convidados,
Fui "condutor" do DIP, nestes últimos quatro anos cheios de iniciativas e lutas que culminaram com a derrota do PSD CDS, a criação duma relação de forças parlamentar que permite sustentar um governo PS comprometido em reverter alguns aspectos da política de direita.
A nova situação criada pelas eleições legislativas cria melhores condições para desenvolver a acção sindical em particular a acção reivindicativa nos locais de trabalho e empresas, como muito bem diz a Proposta de Programa de Acção em debate.
As iniciativas e lutas exigem sempre, como se vê neste congresso, muita, boa e eficaz Informação e Propaganda.
Foi por isso que decidimos no XII Congresso que precisávamos de melhorar e aprofundar, dar luta ao pensamento único e às soluções inevitáveis ditadas pelo capital, logo a informação e propaganda. Foi isso que realizamos ao longo do mandato.
Recordamos que a todas as dificuldades que do exterior nos eram impostas, não sendo a menor a financeira, ainda iniciávamos a marcha acelerada, com debilidades próprias, tais como:
- Défice de produção e em regra, não chegar à central a pouca inforrmação produzida pelos sindicatos, uniões e federações;
- Serem poucos os dirigentes e trabalhadores sindicais especializados em informação e propaganda;
- Haver dúvidas sobre o uso do digital em particular das "redes sociais"para difundir a mensagem sindical;
- Observava-se observa-se pouca utilização dos placares sindicais para difundir a mensagem sindical nos locais de trabalho. Despreza-se, em muitos casos, o direito de ter uma "embaixada" em terreno do "inimigo";
Procurou-se, em paralelo com as respostas do dia a dia, criar as condições para melhorar. Apesar de nem todos terem dado o contributo que podiam, alguns insistiram no individualismo, chegamos a este congresso com uma dinâmica e melhores condições, de tal modo que a principal critica que hoje nos é feita, refere-se às falhas pontuais, na divulgação atempada da informação das nossas organizações.
A proposta em debate visa melhorar e aumentar a eficácia da informação e propaganda do "todo". Porque o "todo" é mais do que a soma das partes que o constituem.
A proposta de Programa de Acção radica numa ideia de que a mais eficaz informação e propaganda é aquela que é orquestrada, por vários naipes de instrumentos, assumindo a CGTP-IN o papel de maestro.
A "música" que tocamos visa sempre objectivos comuns e resulta do som e timbre de muitos instrumentos afinados e coordenados.
A nossa "música" denúncia situações de injustiça, atropelos aos direitos e dignidade.
Reclama sempre o aumento dos salários e direitos, uma vida melhor para todos, sem esquecer contribuir para a elevação da consciência social e de classe dos trabalhadores.
Partindo da denúncia e combate de situações concretas, avança sempre com propostas e reclamações compreensíveis, motivadoras da participação e mobilizadoras para a luta, por isso é qualificada de tipo "leninista".
Os meios para fazer chegar "a carta a Garcia" são:
- A informação oral, esta que aqui predomina, ou seja "falar, informar, ouvir", esclarecer-nos directamente uns aos outros;
- A informação escrita que também aqui tem a sua componente (documentos, comunicados, tarjetas, folhas, boletins, jornais, cartazes, faixas, etc);
- A informação digital, (televisão, rádio, mail's, sítios na NET,(estão a transmitir o nosso congresso em directo para o mundo) blogues, redes sociais);
- Os placares sindicais nos locais de trabalho (a embaixada no terreno do inimigo)
Estes meios de difusão da mensagem, são complementares não se substituem ou anulam.
Tenham sempre presente que os estudos de opinião mostram que a informação sindical tem grande credibilidade junto dos trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados.
Insisto convosco, dirigentes e delegados sindicais, que a melhor e a mais eficaz informação é aquela que é colocada, em cima do acontecimento, no placar sindical ou distribuída, em mão, nos locais de trabalho, é lida e discutida por todos nas secções e serviços e influência a sua postura, aumenta a sua determinação, unidade e vontade de lutar.
Temos muito a melhorar, mas partimos para mais quatro anos de combate com orientações, conhecimentos e quadros sindicais capacitados para levar a tarefa "a bom porto".
Viva os trabalhadores!
Viva a CGTP-IN!
Almada, 26 de Fevereiro de 2016