Mais de 18% da População Activa Está Desempregada ou Subempregada

 De acordo os dados do INE relativos ao 3º trimestre, são quase 700 mil os desempregados no nosso país, tendo a taxa de desemprego oficial atingido 12,4%. Estes são os valores mais altos desde que se contabiliza o desemprego. Se juntarmos os inactivos disponíveis (193,4 mil) e o subemprego visível (159,6 mil), o número de desempregados e subempregados ultrapassa 1 milhão de pessoas, o que significa que 18,2% da população activa está nessa situação. Ao mesmo tempo verifica-se que a protecção social no desemprego só abrange 290 mil desempregados (apenas 1/3 do total), deixando de fora 593 mil desempregados

Comunicado de Imprensa n.º 055/11

 

MAIS DE 18% DA POPULAÇÃO ACTIVA ESTÁ DESEMPREGADA OU SUBEMPREGADA

 

De acordo os dados do INE relativos ao 3º trimestre, são quase 700 mil os desempregados no nosso país, tendo a taxa de desemprego oficial atingido 12,4%. Estes são os valores mais altos desde que se contabiliza o desemprego.

Se juntarmos os inactivos disponíveis (193,4 mil) e o subemprego visível (159,6 mil), o número de desempregados e subempregados ultrapassa 1 milhão de pessoas, o que significa que 18,2% da população activa está nessa situação. Ao mesmo tempo verifica-se que a protecção social no desemprego só abrange 290 mil desempregados (apenas 1/3 do total), deixando de fora 593 mil desempregados [1].

Neste trimestre verificou-se uma nova quebra do emprego, abrangendo os sectores primário, secundário e terciário. A precariedade continua elevada e afecta, pelo menos, 872 mil trabalhadores, ou seja, cerca de 23% dos trabalhadores. E a taxa de desemprego (oficial) atingiu os 30% entre os jovens com menos de 25 anos, sendo o desemprego de longa duração uma realidade para quase metade dos desempregados. Entretanto, as mulheres continuam a ser mais penalizadas pelo desemprego e pela precariedade.

As políticas que os sucessivos governos têm vindo a seguir, e nas quais o governo do PSD/CDS insiste e aprofunda de uma forma brutal, têm empurrado o país para esta situação. Temos uma taxa de desemprego de longa duração (25 e mais meses) de 3,8%, ao nível da taxa de desemprego global registada antes da entrada em vigor do Euro (3,9% em 2000). O país está em recessão. O PIB aprofundou a sua quebra no 3º trimestre, registando -1,7% em termos homólogos, o que ficou a dever-se essencialmente à desaceleração das exportações e à redução do investimento. O consumo das famílias continua a cair de forma preocupante.

É preciso fazer uma ruptura com esta política, sob pena do país ficar numa situação insustentável. As previsões de Outono da Comissão Europeia, apontam um cenário desastroso para 2012, com uma quebra de 3% do PIB no nosso país, ao mesmo tempo que a Zona Euro e a UE viram o seu crescimento revisto em baixa. Com a agravante da Comissão admitir que a Europa pode mesmo entrar em recessão, o que provocará ainda maiores danos na procura externa e no crescimento económico, principalmente num quadro em que a procura interna e o investimento estão em quebra.

Num momento em que o Governo está em negociações com a Troika, a questão central à qual há que dar resposta é o crescimento da economia e do emprego, e a diminuição do desemprego. Responder às necessidades e anseios dos trabalhadores e da população em geral tem que ser a grande prioridade. Por isso é urgente renegociar a dívida e estender o prazo para redução do défice, investir no país e nos factores de crescimento, no sector produtivo, na melhoria dos serviços públicos, no aumento do poder de compra dos salários. É necessário ainda dar resposta aos problemas dos desempregados melhorando a protecção social.

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 16.11.2011