Os reformados e aposentados, vítimas desta política de ataque aos seus mais elementares direitos, continuarão firmes na luta, pelo direito a envelhecer com dignidade.
Companheiras e companheiros de luta
Camaradas
Como é do vosso conhecimento a Inter-Reformados, a maior associação nacional de defesa e apoio dos reformados/aposentados comemora, neste mês de Novembro, o seu 22º aniversário, data a partir da qual o movimento sindical começou a organizar os reformados em comissões a partir dos sindicatos nos quais estavam filiados. De forma séria, solidária e sem paternalismos, os Sindicatos entenderam que os trabalhadores reformados, representando actualmente cerca de 17% do total da população, deveriam ter uma organização própria para continuarem a luta na defesa dos seus direitos e justas reivindicações.
A Inter-Reformados tem exercido a sua actividade em defesa de todos os trabalhadores reformados e aposentados, promovendo manifestações e debates públicos, envidando diligências junto dos vários órgãos de soberania, lançando petições a nível nacional, regional e local, bem como, apoiando todas as iniciativas da CGPT-IN.
Assim, a Inter-Reformados está presente em mais esta luta da CGTP-IN para:
Dizermos NÃOao congelamento do valor das pensões de reforma desde 2009 (lembramos que em 2012, apenas foram actualizadas as pensões mínimas até €254).
Dizermos NÃOà suspensão do pagamento dos 13° e 14° mês aos pensionistas e reformados com pensão mensal de valor superior a €1100.
Dizermos NÃOao substancial agravamento da carga fiscal sobre as pensões, em sede de IRS.
Dizermos NÃOao corte adicional de 3,5 a 10%.
Dizermos NÃOao aumento do valor das taxas moderadoras e à diminuição da comparticipação nos medicamentos.
Dizermos NÃOao aumento do preço da maior parte dos bens e serviços essenciais (os transportes, a água, a electricidade, gás…)
Dizermos NÃOàs situações insustentáveis de pobreza e desespero para que estão a ser conduzidos muitos reformados. A situação é especialmente gravosa para aqueles que só têm as suas reformas como único rendimento (como todos sabemos, já são insuficientes para responder às suas necessidades básicas, incluindo os cuidados médicos e medicamentosos, que aumentam com a idade). A agravar a situação, as famílias, com rendimentos cada vez mais reduzidos, sentem uma dificuldade crescente em manter o apoio aos seus idosos.
Porque dizemos NÃO?
Dizemos NÃO porqueos atuais reformados e aposentados contribuíram durante muitos anos para a sociedade através do seu trabalho e, no decurso da sua vida activa, efetuaram as contribuições para o sistema de protecção social, com a legítima expectativa de, na sua velhice, terem direito a uma pensão que lhes permitiria viver de forma condigna.
Dizemos NÃO porqueao suspender ou ao reduzir o 13° e 14° meses e ao baixar o valor das pensões, o Estado está a quebrar, unilateralmente, o contrato que fez com estas pessoas. Isto é inaceitável – o Estado tem de ser uma pessoa de bem, tem de cumprir os contratos.
Dizemos NÃO porque, de acordo com a CRP, as pessoas idosas têm direito à segurança económica e a condições de habitação e convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e superem o isolamento e a marginalização social.
Dizemos NÃO porquesentimos que o momento que hoje vivemos é de grande retrocesso social e laboral. Entendemos que este governo - PSD/CDS - quer ajustar contas com o 25 de Abril, prosseguindo uma política subordinada aos interesses do grande capital.
Envelhecemos fisicamente, mas intelectual e socialmente estamos determinados a prosseguir a nossa intervenção como cidadãos que participaram na revolução do 25 de Abril e, muitos de nós, nas lutas bem difíceis e dolorosas que ajudaram a abrir o seu caminho.
E, hoje, neste tempo tão difícil para todas as gerações, continuaremos a prosseguir no mesmo combate, a partir das nossas organizações sindicais, com a CGTP, em unidade com os trabalhadores no ativo, com os trabalhadores desempregados, com os mais jovens.
Continuaremos a prosseguir o mesmo combate, na unidade da acção com todo o movimento sindical, como condição para impor a retirada do Orçamento do Estado e a demissão do Governo que lhe dá corpo, para cumprir os ditames da Troika.
Os reformados e aposentados, vítimas desta política de ataque aos seus mais elementares direitos, continuarão firmes na luta, pelo direito a envelhecer com dignidade.
Vivam os reformados e idosos.
Viva a CGTP!
Viva o 25 de Abril!
Lisboa, 27 de Novembro 2012