E continua a morrer-se a trabalhar ...

Mais um acidente de trabalho grave na construção civil, numa obra em São Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira, provocou, esta manhã, quatro feridos graves e um ligeiro na queda de uma placa de cimento.

concretoApesar de a construção civil ser alegadamente um sector em estagnação, que tem lançado no desemprego milhares de trabalhadores, o facto é que os acidentes de trabalho graves estão a suceder-se a um ritmo impressionante – este é o terceiro acidente de trabalho em três semanas, os dois primeiros com vítimas mortais.

A CGTP-IN lamenta profundamente mais este trágico acidente, ao mesmo tempo que reitera a sua convicção de que os acidentes de trabalho não são inevitabilidades, têm sempre causas e culpados, e resultam directamente do incumprimento de regras de segurança e da não adopção das necessárias medidas de protecção dos trabalhadores.

A crescente precariedade laboral que afecta todos os sectores e, em particular a construção civil, com grande aumento do número de trabalhadores sem qualificações e aos quais não é dada a formação necessária nomeadamente em matéria de prevenção dos riscos profissionais, tem contribuído fortemente, a par de outros factores, para a maior frequência e gravidade dos acidentes de trabalho.

Para a CGTP-IN, a redução dos acidentes de trabalho passa em primeiro lugar pelo investimento na prevenção dos riscos profissionais e na promoção da segurança e saúde no trabalho.

A vida humana não tem preço e a vida dos trabalhadores não pode continuar a ser o preço a pagar pela ausência das medidas de protecção que a entidade patronal considera que constituem um encargo excessivo!

Todos os trabalhadores, enquanto seres humanos e enquanto cidadãos, têm um direito inalienável à vida, à saúde e à integridade física, bem como a trabalhar em condições saudáveis e seguras, garantidas pelas entidades patronais em todos os aspectos do trabalho.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 20.06.2016