Caros Camaradas, É com um sentimento de profunda solidariedade e amizade que transmitimos as felicitações dos sindicatos e trabalhadores portugueses que representamos, pelo êxito alcançado na vossa greve geral, onde anunciaram a recusa de mais sacrifícios para os trabalhadores e as camadas mais pobres da sociedade grega, em nome de medidas de austeridade, que são de facto anti-sociais, como a redução de salários e pensões, cortes nos subsídios, retrocesso na legislação laboral, aumento de impostos, privatizações. Camaradas, Vivemos actualmente, a um nível global e, particularmente, na União Europeia, o pior episódio da crise do sistema desde a grande depressão do século passado, com uma ofensiva extremamente violenta contra direitos e conquistas históricos, em termos de direitos económicos, sociais e laborais. Uma ofensiva desencadeada em nome de uma crise pela qual os trabalhadores não são responsáveis e que continua a recompensar aqueles que a provocaram – os especuladores financeiros e os grandes empresários. Este também é o cenário em Portugal. Desde o primeiro trimestre do ano passado, foram aplicados pelo governo diversos programas de austeridade, severos e marcadamente anti-sociais, com o apoio das forças de direita e do grande capital, sempre anunciados como insuficientes, seguidos de novas exigências, especialmente da Comissão Europeia. De facto, como consequência das medidas antipopulares e devido à forte resistência dos trabalhadores e do povo, o governo demitiu-se, estando já convocadas eleições legislativas para o dia 5 de Junho. Como sabem, em Portugal, foi-nos receitado um “remédio” muito parecido pelo FMI, BCE e “troika” da UE. Ao imporem um pacote de “resgate” de cerca de 78 mil milhões de euros, utilizam uma receita em muito semelhante à adoptada na Grécia, com consequências desastrosas para os trabalhadores e as pessoas mais pobres do nosso país. Condenamos veementemente esta interferência da “troika”, porque ela arrastará mais medidas anti-sociais, mais desemprego, mais desigualdade, mais pobreza, mais exclusão social, mais recessão económica. A CGTP-IN vai organizar 2 grandes manifestações de protesto, em Lisboa e no Porto, no dia 19 de Maio. Caros Camaradas, Não aceitamos este caminho de contínuos sacrifícios para os trabalhadores e as camadas mais desfavorecidas da sociedade. No actual projecto europeu, a solidariedade tornou-se uma palavra vazia; o objectivo da harmonização social no progresso está completamente subvertido; a UE e as grandes potências que a governam estão a impor políticas coloniais aos estados mais fracos, em benefício das economias mais fortes. No nosso ponto de vista, precisamos de rupturas e de políticas alternativas, com mudança real, em cada país, e no rumo da construção europeia. A indignação e o protesto crescem por todo o lado. Foram realizadas repetidamente greves, paralisações, grandes manifestações, com frequência e dimensão diferentes, em Portugal e em outros países europeus. Acreditamos que este é o caminho que trará a mudança. Os trabalhadores e o movimento sindical, apesar da massiva e brutal ofensiva do grande capital, resistem, propõem alternativas, mobilizando os trabalhadores nos locais de trabalho e nas ruas. Mais do que nunca, precisamos de um movimento sindical que organize e mobilize os trabalhadores para uma luta determinada e consistente contra a exploração capitalista. O movimento sindical grego deu-nos, na sua história e em recentes acções de massas, um exemplo de determinação e coragem. Estamos certos que a vossa e a nossa luta continuarão!
Comissão Executiva |
Dear colleagues, It is with a feeling of deep solidarity and friendship that we convey the congratulations of the Portuguese trade unions and workers we represent, for the success achieved in your general strike, in which you announced to refuse more sacrifices for the workers and the poorer layers of the Greek society, in the name of austerity measures, which are really anti-social, such as reduction of wages and pensions, cuts in benefits, regression in labour legislation, higher taxes, privatizations. Colleagues, We are currently living, at a global scale and especially in the European Union, the worst episode of the system’s crisis, since last century’s Big Depression, with an extremely violent offensive against historic rights and gains, in terms of economic, social and labour rights. An offensive developed in the name of a crisis for which workers are not responsible and that continues to reward those who provoked it - financial speculators and big business. This is also the picture in Portugal. Since the first quarter of the last year, several very severe anti-social austerity programmes were adopted by the government, with the support of the right wing forces and big capital, always announced as insufficient, followed by new demands, namely from the European Commission. Actually, as a result of consecutive unpopular measures and because of the workers and people strong resistance, the government resigned. Parliamentary Elections are already fixed for June 5th. As you are aware, we are, in Portugal, being served very similar “medicine” from the IMF, ECB and EU “troika”. By imposing a “rescue” package of around 78 Billion Euros, they use a recipe that has many similarities with that adopted in Greece, with disastrous consequences for the workers and the poorer people in your country. We strongly condemn this interference of the “troika”, because it will drag along more anti-social measures, more unemployment, more inequality, more poverty, more social exclusion, more economic recession. The CGTP-IN is organising 2 large protest demonstrations, in Lisbon and Porto, on 19th May. Dear Colleagues We do not accept this course of continuous sacrifices for the workers and the poorer layers of society. In the present European project, solidarity became an empty word; the objective of upward social harmonising is totally subverted; the EU and the bigger powers that command it are imposing colonial policies on the weaker states, to the benefit of the stronger economies. In our view, we need ruptures and alternative policies, with real change, in each country and in the course of the European construction. Everywhere, indignation and protest are growing. Strikes, stoppages, powerful demonstrations have repeatedly been taking place, with unequal frequency and dimension, in Portugal, and in other European countries. We believe that this is the path to bring about change. The workers and the labour movement, despite the massive and brutal offensive of big capital, are resisting, are proposing alternatives, by mobilising the workers in the work places and on the streets. More than ever, we need in Europe and the world over a trade union movement that organises and mobilizes the workers for a determined and consistent struggle against capitalist exploitation. The Greek trade Union movement has given us, in its history and in recent mass actions an example of that determination and courage. We are certain that yours and our struggle will continue. Lisbon, 12 May 2011 Graciete Cruz International Secretary Executive Board |