Os dados revelados, neste dia 9 de Maio, pelo INE mostram que só no primeiro trimestre do ano foram destruídos mais 42 mil empregos, com consequências na agricultura e pescas, nos serviços e na construção.
O desemprego oficial foi de 15,1%, correspondendo 788 mil desempregados. Contudo, considerando os inactivos disponíveis e indisponíveis e o subemprego, o número real de desempregados e subempregados é superior a um milhão e trezentos mil, a maioria esmagadora dos quais sem qualquer prestação de desemprego.
A situação dos jovens e dos desempregados de longa duração é particularmente grave. Neste primeiro trimestre a taxa de desemprego dos menores de 25 anos foi de 37,5%. Quanto ao desemprego de longa duração atinge 63,6% dos desempregados, estando actualmente 501 mil pessoas nesta situação.
O elevado nível de desemprego e a destruição do emprego levaram muitos trabalhadores a passar à inactividade ou a emigrar. A população inactiva aumentou em mais de 39 milhares, devendo grande parte dos restantes 22 mil que saíram da população activa, ter emigrado em busca de melhores condições de vida e de trabalho. Entre 2011 e 2013 já tinham saído do país cerca de 300 mil portugueses.
Há três anos que Portugal e os portugueses estão a empobrecer. O PIB teve uma queda real de 5,8% entre 2010 e 2013; o emprego diminuiu em 469 milhares; os salários caíram ao mesmo tempo que os lucros das empresas subiram; a protecção social sofreu cortes sucessivos, a precariedade continua muito elevada, a educação e a saúde degradaram-se.
Esta situação tem responsáveis bem identificados: o Governo do PSD-CDS e a política de direita que empobreceu o país, deprimiu a economia e destruiu milhares de postos de trabalho; a Troica, que impôs condições insuportáveis a Portugal em troca de um empréstimo em que só ela ganha; o patronato, que aproveita a oportunidade para aumentar a exploração dos trabalhadores.
Urge pôr termo rapidamente a esta situação. Portugal precisa de uma outra política que defenda os interesses do país e dos portugueses, geradora de crescimento económico e de emprego de qualidade, com salários dignos e boas condições de trabalho, e que proteja adequadamente os que têm menos rendimento, nomeadamente os que perderam o seu posto de trabalho.