Trabalhadores da Casa da Música querem aumentos dos salários

Os trabalhadores da Casa da Música reunidos em plenário convocado pelo sindicato CENA-STE, a 5 de Janeiro de 2023, lamentam a ausência de abertura para a negociação de salários por parte do Conselho de Administração da Fundação. Numa altura em que o custo de vida sobe vertiginosamente e agrava as injustiças que existem na Casa da Música, numa altura em que todo o empregador com cultura democrática discute e negoceia os aumentos salariais com os seus trabalhadores, a Casa da Música continua refém de práticas de gestão autoritárias, em que a negociação não tem lugar. Não chega que a Administradora-Delegada se mostre disponível para ouvir as queixas dos trabalhadores. É um princípio, mas falta a consequência: falta uma negociação séria entre sindicatos e órgãos de gestão, algo que o CENA-STE procurou agendar repetidamente, ao longo dos últimos meses, sem sucesso.

A Fundação Casa da Música continua a ser uma instituição que paga mal a profissionais da cultura, em contraste com os salários muito acima da média que pratica nos cargos de topo. Os baixos rendimentos atingem técnicos especializados, profissionais de restauração e cantores do Coro, entre outros, numa estrutura remuneratória incompreensível que põe em causa, cada vez mais, este projecto valioso e acarinhado pelos trabalhadores, pelo público e pela região. A Cultura precisa da Casa da Música, e a Fundação precisa de cultura democrática para cumprir o seu papel. Com processos de decisão e de gestão pouco transparentes, a que acresce a incapacidade do Conselho de Administração para gerar as receitas necessárias à subsistência da Fundação, torna-se mais difícil e morosa a correcção dos erros acumulados na gestão dos recursos humanos.

Os órgãos de gestão da Fundação Casa da Música sabem que temos estado sempre disponíveis para dialogar e encontrar as melhores soluções para o projecto em que acreditamos. A nossa luta continuará até que todos obtenham condições de trabalho justas.

Fonte: CENA-STE