A poucos meses do final do ano, a actualização salarial de dois por cento, aplicada pela administração da Galp Energia em Janeiro, já foi engolida pela inflação. Os lucros obtidos justificam ainda mais repor o poder de compra dos trabalhadores.
Para a Fiequimetal e os seus sindicatos nas empresas deste grupo, é justo exigir desde já a aplicação de um aumento salarial extraordinário de 5,4%, com efeitos retroactivos a Janeiro de 2022, para repor o poder de compra.
Numa nota à comunicação social, a federação assinala a realidade da evolução do custo de vida, com prejuízos pesados para os trabalhadores e suas famílias. Mas, acrescenta, também têm de ser considerados os lucros colossais obtidos nestas circunstâncias.
Com lucros de 608 milhões de euros, registados nos primeiros nove meses deste ano – o valor mais alto dos últimos 16 anos! – a administração da Galp Energia deveria estar atenta à necessidade de repor a perda do poder de compra dos trabalhadores.
Condições e prioridades
Os 608 milhões de euros de resultados positivos e os 414,6 milhões transferidos para as contas dos accionistas são a demonstração de que a administração tem condições, não só para garantir a reposição do poder de compra, mas também para assegurar a valorização dos salários dos trabalhadores, bastando, para isso, proceder a uma redistribuição equitativa dos lucros.
À semelhança do que ocorre com outras empresas do sector energético, a verdade é que os custos imputados aos consumidores não param de aumentar e os lucros também não. O exemplo da EDP é igualmente paradigmático: registou 1.104 milhões de euros em 2021, distribuiu aos accionistas 750 milhões de euros.