A Frente Comum esteve presente em todas as reuniões da Negociação Geral Anual, tendo até, por considerar que o governo devia e podia ter ido mais longe, requerido a Negociação Suplementar.
Na última reunião a Frente Comum referiu, explicitamente, estar disponível para continuar a negociação de aumentos salariais para 2023 até à votação final do Orçamento do Estado para 2023.
É pois com espanto que somos confrontados com a informação da assinatura de um acordo com outras estruturas sindicais que, versando sobre matérias que o governo se propôs a negociar a partir da segunda quinzena de Outubro, nunca foram colocadas à discussão com a Frente Comum.
Entendendo que se exige do governo uma seriedade negocial que não se compadece com comportamentos desta natureza, no concreto, as medidas agora conhecidas, ficando muito aquém da reposição do poder de compra perdido, mostram que o governo tem margem orçamental para evoluir em relação à proposta inicial, facto que sempre foi negado à mesa das negociações. Não o faz por opção.
A Frente Comum e os seus Sindicatos, continuarão a não aceitar o empobrecimento dos trabalhadores que representam e bater-se-ão por medidas que deem efectiva resposta aos seus problemas.
A assinatura deste “acordo”, o seu conteúdo e a forma como foi conduzido o processo negocial com a Frente Comum só dão mais força à necessidade de luta dos trabalhadores da Administração Pública, que conhecerá um primeiro momento já no dia 27 de Outubro, com a realização de Plenário Nacional da Frente Comum e terá continuidade na Greve Nacional agendada para dia 18 de Novembro.
Fonte: Frente Comum