Trabalhadores das IPSS's, Misericórdias e Mutualidades têm razões de sobra para aderir à greve!
Os trabalhadores irão estar concentrados:
11 horas – Junto à CNIS no Porto
11 horas – Junto à UMP em Lisboa
A diminuição do poder de compra tem afectado significativamente os trabalhadores do sector social.
Aos trabalhadores das IPSS’s são propostos aumentos de salários que não dão resposta ao aumento da inflação nem valorizam os profissionais. Em 2009, uma ajudante de acção directa de 1ª recebia 106€ acima do valor do SMN. A proposta da CNIS (associação patronal) é que em 2022 esta trabalhadora receba apenas 41€ acima do SMN. A CNIS procura nivelar por baixo e pagar o mínimo a todos os trabalhadores, independentemente da experiência adquirida e responsabilidades atribuídas. Os trabalhadores exigem a valorização das carreiras profissionais!
Para além disto, desde 2017 que os aumentos não são feitos com retroactivos em Janeiro, penalizando ainda mais os trabalhadores, que no início de cada ano tiveram já que comportar com os aumentos de preços. Os trabalhadores exigem a vigência do Contrato Colectivo de Trabalho a Janeiro!
Nas Santas Casas de Misericórdia os trabalhadores são ainda mais desvalorizados. Embora trabalhem de forma igual aos das IPSS's, não têm os mesmos direitos nem salários que eles. Isto porque o Governo PS ainda não teve, durante a sua governação de 7 anos, tempo para emitir uma portaria de extensão que põe todos os trabalhadores do sector social ao mesmo nível. Os trabalhadores exigem a extensão da portaria de extensão do CCT das IPSS’s a todos os trabalhadores do sector social!
Na proposta de aumentos salariais da União das Misericórdias Portuguesas, o salário do nível de entrada seria de 717€, e para um trabalhador com mais de 25 anos de antiguidade, 729€. Cada ano de experiência ganho vale 0,48€ aos olhos da UMP.
Os trabalhadores das Mutualidades estão a testemunhar um assalto aos seus direitos. As Mutualidades apresentaram a proposta para a negociação de um CCT próprio para o sector. À boleia desta negociação, deixaram de aplicar o CCT das IPSS’s a que estão obrigados. Os trabalhadores não aceitam a retirada de subsídios de turno, o não aumento dos salários, o pagamento de diuturnidades com valor inferior a 21€ e cargas horárias superiores a 37h semanais para os ajudantes de acção directa, etc. A negociação de um novo CCT tem que ter sempre como ponto de partida o CCT das IPSS’s.
São estes os motivos que levam os trabalhadores a realizar esta jornada de luta. No fundo, os trabalhadores exigem tão só respeito pela seu trabalho, pelo serviço essencial que realizam todos os dias com empenho de que milhares de utentes dependem. Exigem receber o justo pelo seu trabalho e para fazer conta ao brutal aumento do custo de vida.
Fonte: CESP