Assédio em concessionária de bar do Hospital de São João

TRABALHADORES DA OPÇÃO ELEITA EM GREVE AMANHÃ CONTRA A REPRESSÃO, O ASSÉDIO E NA DEFESA DOS DIREITOS

A concessionária do serviço de refeições de um dos bares do Hospital de São João, a Opção Eleita, Lda.ª, aumentou os salários dos trabalhadores no mês de maio de 2022 de 705 para 755 euros. No mês seguinte a empresa disse aos trabalhadores que foi engano, que aplicou uma contratação coletiva que não era aplicável, pelo que pretendia retirar o aumento salarial, e pressionou os trabalhadores para estes assinarem um acordo de redução salarial, mas os trabalhadores recusaram. A partir dessa data os trabalhadores nunca mais tiveram sossego.

A empresa não retirou os 50 euros dados em maio, mas em junho reduziu novamente o salário para 705 euros.

Seguidamente a empresa não pagou o subsídio de alimentação nas férias no valor de 125 euros que era pago há muitos anos por força da contratação coletiva.

Entretanto, foi publicada a nova tabela salarial da restauração com um aumento exatamente para os 755 euros, mas a empresa não cumpriu a tabela salarial, alegando não ser associada da associação patronal.

A empresa mantém um clima de pressão e de assédio laboral sobre os trabalhadores que recusaram aceitar a redução do seu salário e a retirada de direitos. Num curtíssimo espaço de tempo foram instaurados 7 processos disciplinares aos trabalhadores envolvidos na greve convocada em protesto contra as suas condições laborais e que em muitos anos de antiguidade jamais se viram como objeto de tal circunstância e que os reputaram sem qualquer fundamento, com o único objetivo de lhes criar um ambiente intimidatório, hostil, degradante humilhante e desestabilizador, de modo a que estes desistam de exigir os seus direitos legítimos, sendo que dois dos processos disciplinares foram instaurados pelo facto de serem dadas informações à ACT, o que configura um abuso, só por si.

Além disso, a empresa discrimina os 8 trabalhadores mais antigos na atribuição da alimentação em espécie restringindo os produtos e bebidas ao contrário dos demais que podem escolher os produtos e pratos cozinhados que quiserem.

A empresa não cumpre a contratação coletiva no que respeita ao direito à alimentação em espécie, em quantidade, qualidade e diversidade, nem paga o subsídio de alimentação mensal.

A empresa discrimina os trabalhadores nas tarefas, trata os trabalhadores aos berros, ameaça-os, marca indevidamente faltas injustificadas às delegadas sindicais, desconta dias indevidamente, altera os horários ilegalmente sem fundamentar, sem cumprir formalismos e procedimentos legais, só com o único objetivo de retaliar sobre os trabalhadores que legitimamente reclamam os seus direitos, usando, inclusive, os advogados da empresa para intimidar os trabalhadores, levando-os a plenários/reuniões de trabalhadores tentando obrigar os trabalhadores a assinarem atas que estes recusam.

A empresa marca indevidamente faltas em dia de greve, sabendo que legalmente uma ausência por motivo de greve é qualificada como greve e não é qualificada como falta.

Os trabalhadores já protestaram várias vezes junto da empresa e já realizaram greves contra o clima de pressão e assédio e na defesa dos seus direitos legítimos

O sindicato também já protestou várias vezes junto da empresa, já pediu a intervenção da ACT, mas a empresa mantém o clima de pressão atrás descrito junto dos trabalhadores.

Os trabalhadores vão realizar nova greve amanhã e vão concentrar-se frente à porta do Hospital de São João, a partir das 8 horas e distribuir um comunicado aos utentes e funcionários do hospital e vão dar uma conferência de imprensa

Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte