2022: Turismo com salários mínimos para os trabalhadores e lucros máximos para os patrões

Turismo Portugal2022 SERÁ O MELHOR ANO DE SEMPRE DO TURISMO
PATRÕES FICAM COM TODOS OS LUCROS

Hoje celebra-se o Dia Mundial do Turismo. A Organização Mundial do Turismo (OMT) escolheu como lema este ano “Repensar o Turismo”. À medida que a recuperação do turismo está em andamento, e com base no reconhecimento político e público sem precedentes para o setor, a OMT destacará a oportunidade de repensar como fazemos turismo.

Isto significa, segundo a OMT, “colocar as pessoas e o planeta em primeiro lugar e reunir todos, desde governos e empresas até comunidades locais, em torno de uma visão partilhada para um setor mais sustentável, inclusivo e resiliente.

O sindicato associa-se ao lema e decidiu comemorar o Dia Mundial do Turismo com uma Corrida de Bandeja que terá lugar no próximo sábado em Braga.

Neste dia, não podemos deixar também de chamar a atenção para a situação social que o setor atravessa e a necessidade de serem tomadas medidas que garantam a sustentabilidade do setor, garantam emprego de qualidade e serviço de qualidade.

Segundo os últimos dados do INE publicados em setembro, o setor do alojamento turístico registou 3,0 milhões de hóspedes e 8,6 milhões de dormidas em julho de 2022, correspondendo a aumentos de 85,4% e 90,1%, os proveitos por quarto e totais aumentam 27,6% e o rendimento médio por quarto aumentou 23%, em relação a 2019. Todos os indicadores apontam para que 2022 venha a ser o melhor ano turístico de sempre ultrapassando os resultados de 2019.

Contudo, os problemas do setor agravam-se com os baixos salários praticados pelas empresas, os ritmos intensos de trabalho devido à falta de mão de obra, a instabilidade nos horários e a longitude dos horários com cargas diárias de 10 e 12 horas, a recusa dos patrões a darem folgas periódicas ao fim de semana, os horários repartidos que mantêm os trabalhadores ligados à empresa praticamente todo o dia, e a consequente fuga dos trabalhadores do setor por falta de condições que permitam a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar.

O recurso à imigração proposto pelas empresas não é suficiente para resolver os problemas de fundo que o setor atravessa.

Assim, foi apresentada uma proposta às associações patronais do setor (APHORT e AHRESP) que visa recuperar o poder de compra perdido pelos trabalhadores do setor ao longo dos anos e visa também criar melhores condições de trabalho e incentivar a vinda de novos trabalhadores para o setor, a saber:

  • Aumentos salariais de 10% na tabela salarial, com o mínimo de 100€ para cada trabalhador;
  • Atualização do prémio de línguas para 50€ por cada língua estrangeira falada;
  • Atualização das diuturnidades para 25€ por cada diuturnidade;
  • Atualização do abono de falhas para 60€ mensais;
  • Atualização do subsídio de alimentação para 130€;
  • Pagamento de um prémio de 25% da retribuição para os trabalhadores que tenham horário repartido e para os trabalhadores que trabalham em regime de turnos;
  • Pagamento do trabalho ao fim de semana com um acréscimo de 25%;
  • Redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais;
  • 25 dias uteis de férias para todos os trabalhadores.

Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte