Terminadas as negociações do Caderno Reivindicativo, verificamos que a DIA Portugal não quis ir ao encontro da proposta dos trabalhadores.
A empresa continua a impor uma política de baixos salários, de continuidade da discriminação salarial, de desvalorização dos subsídios de refeição, das carreiras profissionais e da antiguidade de todos os trabalhadores no nosso país.
Uma empresa que assume uma “responsabilidade social”, mantém os seus trabalhadores no limiar da pobreza, pagando os salários e subsídios mais baixos do sector, apesar de ter recebido mais de cem mil euros em incentivos do Estado!
OS NOSSOS AUMENTOS ATÉ MAIO FORAM PAGOS PELOS NOSSOS PRÓPRIOS BOLSOS!
A DIA Portugal não tem escrúpulos em aumentar os preços dos seus artigos de forma oportunista, como aliás fizeram todas as empresas do sector da Grande Distribuição.
À conta da “crise” da guerra inflacionaram os preços dos produtos, apesar de os mesmos terem sido adquiridos antes da crise, a preços muito inferiores.
Contribuem desta forma ainda mais para o sufoco orçamental das famílias, nomeadamente, das famílias dos seus próprios trabalhadores!
A DIA Portugal continua a:
Não respeitar o direito da vida familiar com a vida profissional no que respeita o direito ao horário flexível;
Manter a política de trabalhar com quadros reduzidos de trabalhadores, que leva a não se cumprir com os horários de trabalho estipulados;
Querer avançar com o alargamento de horários nas suas lojas, sem consideração pela vida pessoal e familiar dos trabalhadores;
Não classificar todos os trabalhadores de acordo com as suas reais funções.
É urgente mudar o rumo dos acontecimentos na DIA Portugal!
Há que fazer o caminho da valorização do trabalho e dos trabalhadores, por uma mais justa distribuição da riqueza, por uma vida digna para aqueles que são, e sempre foram, os principais motores do fabrico dos lucros da empresa.
Um rumo que é inseparável da luta e unidade de todos os trabalhadores da empresa, em todo o país, nas lojas, armazéns e escritórios!
Uma luta que já deu mais valias, apesar de cada vez mais insuficientes, aos bolsos dos trabalhadores.
A Comissão Sindical do CESP valoriza a luta dos trabalhadores da DIA Portugal, em especial nos últimos 2 anos, que afirmou e já garantiu, algumas justas e urgentes reivindicações e necessidades dos trabalhadores!
Não podemos esquecer que foi a luta e a acção dos trabalhadores que garantiu aumentos de salários.
Foi a luta e acção dos trabalhadores que garantiu o regresso da majoração das férias e o aumento dos valores dos prémios.
Estas medidas, conquistadas pelo sacrifício e coragem dos trabalhadores, apesar de todas as insuficiências, injustiças e imperfeições com que estão a ser implementadas, mostram quanto foram válidas as reivindicações dos trabalhadores!
Injustiças, insuficiências e imperfeições que têm de ser denunciadas e cuja resolução é uma urgência imediata!
Não aceitamos que os prémios de produtividade sejam cortados por motivo de greve, actividade sindical, doação de sangue, serviço humanitário, estudo ou serviço cívico!
Esta empresa assume sem qualquer escrúpulo que viola direitos constitucionais, ao limitar o direito à greve, à actividade sindical e ao exercício da democracia!
Como trabalhadores e democratas, não aceitaremos esta afronta pela Constituição da República Portuguesa!
No que diz respeito à implantação da majoração das férias, a DIA Portugal mantém o seu comportamento discriminatório e persecutório aos membros das estruturas sindicais, apesar de para todos os efeitos o tempo em actividade sindical contar como tempo de trabalho efectivo, cortando o direito à atribuição de mais dias de férias.
Fazem-no porque sabem que é o sindicato que defende os reais interesses dos trabalhadores, de forma transversal e em todo o país!
Fazem-no porque sabem que a unidade dos trabalhadores se faz em torno do seu sindicato de classe, e fazem-no porque sabem que somos a única voz contra as injustiças e que são sempre os trabalhadores a nossa principal preocupação!
É hora de dizer basta!
Façamos dos próximos meses, meses de luta em todo o país e em todos os locais de trabalho!
No 1º de Maio, façamos ouvir a nossa voz bem alta nas concentrações e desfiles da CGTP-IN em todo o País!
Fonte: CESP