A ANA Aeroportos de Portugal, através de carta enviada por correio eletrónico, desencadeou ontem um dos mais violentos e torpes ataques ao SITAVA, de que temos memória.
Esta atitude ameaçadora, que obviamente não nos assusta, é, talvez, sinal de que está ela própria a sentir que a sua habitual estratégia para iludir os trabalhadores não está, desta vez, a resultar, e que estes estão a ficar cada vez mais fartos dos sucessivos atos hostis e prepotentes, praticados sempre em seu prejuízo.
Bem sabemos que as multinacionais têm, todas elas, um curriculum muito pouco recomendável, no que aos direitos dos trabalhadores diz respeito. Mas que diabo estamos em Portugal um país onde ainda existe liberdade sindical, e onde ainda são respeitadas as liberdades essenciais.
Num país destes, considerar uma simples concentração de trabalhadores apoiada por uma greve de apenas uma hora, ilegal, não lembraria ao diabo. Ainda por cima quando esta singela ação de luta sindical foi decretada nos exatos termos da lei.
Esta atitude que, claramente, manifesta algum desespero, só pode significar uma de duas coisas. Ou a ANA Aeroportos de Portugal tem uma relação cada vez mais difícil com a democracia, ou está mesmo muito preocupada com a zanga dos trabalhadores e tem receio que estes se manifestem.
E o que dizer da ameaça constante da referida carta, de que vai exigir ao SITAVA o ressarcimento pelos eventuais prejuízos causados por essa concentração? Se não fosse mais um preocupante sinal de intolerância democrática, seria até hilariante. Mas afinal a Administração da ANA /VINCI não conhece a lei da greve? Estranhamos muito que os variadíssimos assessores de que dispõem não os tenham esclarecido.
Independentemente da resposta que o SITAVA irá dar pela mesma via, a verdadeira resposta a esta atitude da empresa será, certamente, dada no dia um de abril nas concentrações que vão realizar-se em todos os aeroportos nacionais.
Fonte:SITAVA