Renegociação do Acordo Laboral da Base das Lajes exige maior atenção do Estado Português

Renegociação do Acordo Laboral da Base das Lajes exige maior atenção do Estado PortuguêsRenegociação do Acordo Laboral da Base das Lajes, com a reintrodução do inquérito salarial

O Movimento Sindical Unitário Açoriano reafirma a necessidade de renegociação do Acordo Laboral da Base das Lajes e de uma postura de maior exigência do Estado Português em relação aos Estados Unidos da América (EUA). A situação dos Trabalhadores Portugueses ao Serviço das Forças Armadas dos Estados Unidos da América estacionadas na Base das Lajes (FEUSAÇORES), exige-nos e merece redobrada atenção.

O Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comercio e Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/Açores), a União dos Sindicatos de Angra do Heroísmo e a CGTP-IN vão continuar a desenvolver várias diligências junto das entidades regionais e nacionais, com vista à resolução da complexa situação laboral destes trabalhadores.

Os trabalhadores portugueses das FEUSAÇORES não podem continuar a ver a sua vida ser suspensa. Nem podem ser limitados de terem direito e acesso à justiça, direito que está consagrado na Constituição da República Portuguesa.

Neste sentido e tendo em conta, matérias essenciais como a manutenção dos postos de trabalho, o acesso à justiça e os salários, entendemos, que os atuais Acordo Laboral e Regulamento de Trabalho podem e devem ser substancialmente melhorados, de forma a proporcionar mais e melhores elementos reguladores, assim como permitir uma maior articulação entre as diferentes partes intervenientes em matéria laboral, tendo em vista os direitos e garantias dos trabalhadores portugueses ao serviço das FEUSAÇORES.

Assim defendemos o estabelecimento de um contingente mínimo de trabalhadores portugueses, na proporção de 3 trabalhadores portugueses, por cada norte-americano, nunca podendo este contingente ser inferior a 450 trabalhadores portugueses.

Outra das matérias que deve ser revista no Acordo Laboral é a do acesso à justiça onde exigimos a eliminação de alguns dos níveis de resolução de conflitos existentes e a consagração de prazos de resposta, garantindo que os trabalhadores possam recorrer, em tempo útil, às instâncias judiciais.

Por fim e de entre outras reivindicações do âmbito dos direitos dos trabalhadores, defendemos a reintrodução do inquérito salarial. Relembrarmos, que a eliminação no Acordo Laboral, do Inquérito salarial, em 2009, foi um dos episódios mais tristes e tenebrosos, para os trabalhadores das FEUSAÇORES.

O Movimento Sindical Unitário Açoriano está preocupado com o aumento da pressão e da conflitualidade laboral na Base das Lajes, na Ilha Terceira e acima de tudo com a falta de proteção aos trabalhadores portugueses.

É embaraço e lamentável, existirem trabalhadores portugueses ao serviço das FEUSAÇORES a ganhar abaixo do salário mínimo praticado região e é inaceitável e incompreensível, que o Regulamento de Trabalho e Acordo Laboral não sejam cumpridos, não só a nível salarial, como existirem trabalhadores portugueses a serem obrigados a desempenhar funções, que não estão na sua descrição de serviço, ou a receberem instruções para realizar trabalho em casa, em horário pós-laboral, por vezes mesmo nos dias de folga, apesar de ser contra as normas, o contato com trabalhador, para fins laborais, após o término do seu horário.

Face ao exposto, o Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comercio e Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores e a União dos Sindicatos de Angra do Heroísmo vão solicitar uma reunião ao Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores e Representante Açoriano da Comissão Bilateral para discutir esta temática.