A administração do Grupo EDP atribui milhões aos accionistas, acima dos lucros, e paga ao ex-presidente para nada fazer, mas apenas conta com 0,6 por cento para valorizar o esforço dos trabalhadores, protesta a Fiequimetal, após a sessão negocial de hoje, onde apresentou nova proposta para acordo.
Esperando não ser necessário o recurso a formas de luta, a federação admite - numa informação hoje divulgada aos trabalhadores - que, se a Administração revelar bom senso, estarão criadas as condições para um clima de diálogo construtivo.
A partir de amanhã inicia-se uma ronda de contactos com os trabalhadores sobre a nova proposta sindical e o caminho a seguir.
Evolução de uma décima
Na reunião de 23 de Fevereiros, a administração, afirmando a sua pretensão de terminar as negociações em Março, fez uma tímida alteração na sua proposta salarial para 2022, passando-a de 0,5 para 0,6 por cento.
Hoje, este valor não foi alterado.
Para a Fiequimetal e os seus sindicatos, é um escândalo que uma empresa que se prepara para atribuir 750 milhões de euros aos accionistas (valor acima dos lucros) ande a regatear, na mesa negocial, a valorização dos salários, carreiras, regime de disponibilidade e condições de acesso à pré-reforma.
A federação está neste processo, como sempre, numa postura de diálogo, empenhada em alcançar um acordo.
Mas uma «administração da folha de Excel» teima em não olhar para dentro e recusa ter uma postura construtiva no sentido da valorização do seu principal activo: todos aqueles que, com o seu profissionalismo e dedicação, contribuem para a tão propalada empresa «top employer».
A mesma administração que se prepara para atribuir mais dois milhões de euros ao ex-CEO António Mexia, como prémio para não trabalhar, não possui para os trabalhadores mais que 0,6 por cento, para estes se esforçarem todos os dias - protesta-se no comunicado.