A força da razão contra o bloqueio à negociação!
O Conselho de Administração da Carris, depois de ter sido forçado a iniciar o processo de negociações de revisão do AE, agora recorre à chantagem para boicotá-lo e tentar impedir que os trabalhadores exerçam o direito legal a reunir durante o período normal de trabalho.
Uma situação inadmissível, primeiro por que descontou, de forma ilegítima e ilegal, o tempo de participação no Plenário Geral de 27 de Janeiro, convocado ao abrigo da lei que prevê o direito de reunião durante 15 horas anuais, devidamente justificadas e remuneradas.
Depois, porque numa atitude marcada pela má-fé negocial, ameaça suspender as
negociações e fugir ao confronto de ideias e propostas, a pretexto da apresentação de um
pré-aviso de greve para o dia 22 de Março com o objectivo de dar a palavra aos trabalhadores.
Por muito que a Administração deseje, a negociação não rima com imposição e muito menos com repressão!
Os trabalhadores têm o direito a recorrer aos meios legais ao seu dispor, incluindo a greve, para fazer valer os seus interesses e direitos, em todas as fases do processo negocial.
Mas afinal, por que razão a Administração tem medo que os trabalhadores percam o medo e se manifestem?
Porque sabe que o descontentamento é grande e que nós já percebemos que temos de agir para reclamar aquilo que nos é devido no plano dos salários e dos direitos.
Por isso, o STRUP/FECTRANS, para além do recurso à via judicial, já requereu a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), para que esta tenha a mesma interpretação na Carris que teve na STCP, ao reconhecer aos trabalhadores o direito à remuneração das horas relativas aos plenários convocados ao abrigo da lei sindical.
Mas não só. É preciso que o executivo da CML, enquanto accionista, intervenha junto da empresa para que esta deixe de criar problemas e apresente soluções.
Por que não aceitamos ultimatos, no dia 4 de Março estaremos na Carris para realizar a reunião previamente estabelecida.
E porque a união faz a força, apelamos a todos os trabalhadores que façam ouvir a sua voz no dia 22 de Março, no Plenário Geral em Miraflores, pela melhoria das condições de vida e de trabalho e a defesa da sua dignidade!
Fonte: STRUP/FECTRANS