Os médicos do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) foram surpreendidos com um novo regulamento interno, imposto pelo Conselho de Administração, após aprovação do Ministério da Saúde. Para o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), é urgente mudar a lei de gestão hospitalar, que tem possibilitado este tipo de imposições autoritárias, ao serviço de interesses político-partidários, sem respeito pelo trabalho dos médicos e profissionais de saúde.
Por isso, o SMZS apoia todas as ações desenvolvidas pelos médicos do CHS pela discussão deste regulamento e as eventuais alterações após esse debate inter pares, estando totalmente disponível a ser parte atuante na resolução deste situação. O SMZS pretende organizar reuniões sindicais com todos os médicos, estando aberto a encetar formas superiores de luta - como a greve, se for essa a vontade dos médicos do CHS - para exigir o respeito pelo debate democrático.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que o SMZS integra, defende, no seu caderno reivindicativo, a democratização da eleição dos órgãos de direção técnica, com a apresentação de contratos programa, para inviabilizar a nomeação política e a subserviência perante o Governo. É uma medida urgente a negociar com o novo Governo.
Infelizmente, a imposição de um regulamento interno desfasado da realidade não é a primeira situação difícil da responsabilidade desde Conselho de Administração. O SMZS tem acompanhado os médicos do CHS na sua luta contra a degradação da instituição e as suas condições de exercício clínico, fruto do subfinanciamento crónico e da insuficiente dotação em termos de recursos humanos, técnicos e logísticos.
Para o SMZS, é urgente a abertura atempada de concursos para todas as áreas profissionais, assim como a requalificação do CHS para o nível seguinte - do Grupo C para o Grupo D -, o que possibilitaria a melhoria da sua capacidade instalada no número de camas de internamento, no espaço do serviço de urgência e consulta externa, e na instalação dos meios complementares de diagnóstico.
Fonte: SMZS