Na passada sexta-feira, dia 12 de Novembro, dirigentes sindicais da União de Sindicatos do Norte Alentejano e do STCCMCS\CGTP-IN - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores, Cortiças do Sul e Regiões Autónomas. impedidos de contactarem com os trabalhadores da Amorim Florestal, Unidade de Salteiros, em Ponte de Sôr, chamaram a GNR para levantar um auto por impedimento anti-constitucional à liberdade sindical.
A informação enviada à empresa, nos termos da lei, dava conta da actividade sindical que iria ser realizada nesse dia, dentro da empresa. Também nos termos da lei e recorrendo a um parecer jurídico que confirma o direito ao exercício da liberdade sindical, o STCCMCS informou que o que se pretendia era, sem prejudicar o normal funcionamento da empresa, contactar com os trabalhadores na sua pausa, que tem lugar dentro das instalações da Amorim.
Após ter sido informada da chamada da GNR ao local, a direcção da empresa deu conhecimento aos dirigentes sindicais presentes que tinham autorização mas apenas para permanecer junto à portaria!
O objectivo desta jornada de contacto era o esclarecimento. Pretendia-se dar nota, não apenas da organização de uma manifestação nacional no próximo sábado dia 20 de Novembro, mas também das reivindicações que constam do processo de negociação colectivo que decorre em todo o sector corticeiro, bem como do seu ponto de situação.
A Amorim Florestal, empresa que à mesa negocial do sector corticeiro tem permanentemente bloqueado uma séria e justa negociação dos salários, o aumento dos dias de férias, a redução da jornada de trabalho semanal para as 35 horas semanais e a atribuição de diturnidades, entre outros direitos, ameaça ainda os trabalhadores que participem em plenários sindicais com a retirada de dias de férias.
Fica assim claro o objectivo de mais uma acção de bloqueio da actividade sindical: tentar ocultar dos trabalhadores da empresa o motivo pelo qual os seus salários não aumentam de forma digna e o papel de empresas com lucros milionários, como é o caso da Amorim, neste bloqueio salarial, evitanto a sua organização para luta.
Estas acções só mostram que as empresas temem a organização dos trabalhadores. É por isso que este é o caminho para alcançar a melhoria das condições de trabalho em todos os sectores.
Fonte: União Sindicatos do Norte Alentejano