Numa declaração que aqui publicamos, o presidente do SIESI, Luís Santos, considera como um crime económico e social o encerramento precoce e sem alternativas da central termoeléctrica do Pego, anunciado para 30 de Novembro.
Do primeiro-ministro, que tão duras palavras dirigiu à GALP pelo fecho da refinaria em Matosinhos, o SIESI exige coerência e que passe das palavras aos actos, para defender os interesses do País, para defender o emprego e o desenvolvimento.
O sindicato vai continuar a exigir a manutenção dos postos de trabalho e associa-se a um movimento que prepara uma iniciativa, a nível local.
A Fiequimetal e o SIESI alertaram, há quase dois anos, o Governo para a necessidade de tomar medidas para salvaguardar os mais de 160 postos de trabalho em risco e definir um destino para as instalações.
Mas só há três meses, com a pressão do sindicato e passado mais de um ano sobre o fecho da central de Sines, é que o Governo lançou um concurso, para encontrar uma alternativa, que teria efeitos a 1 de Dezembro.
Só que, poucos dias depois de anunciado o concurso (para atribuição do ponto de injecção na Rede Elétrica de Serviço Público que é actualmente ocupado pela central a carvão no Pego), o Governo alargou os prazos em três meses, aceitando candidaturas até 17 de Janeiro de 2022. Assim, todo o processo irá ficar concluído depois de os contratos de trabalho poderem ter já cessado.
E a «lição» à GALP?
O primeiro-ministro, na recente campanha eleitoral, em Matosinhos teceu duras críticas à GALP pela forma como encerrou a refinaria, sem acautelar os empregos e anunciando o despedimento nas vésperas do Natal.
Mas, em relação à central do Pego, foi o Governo que tomou a decisão do seu encerramento precoce, sem alternativas.
Do primeiro-ministro exige-se coerência e que passe das palavras aos actos, para defender os interesses do País, para defender o emprego e o desenvolvimento.
Há um movimento a crescer e a ganhar apoios, em reuniões com o Governo, com autarquias e com grupos parlamentares, preparando uma iniciativa, a nível local, para exigir respostas efectivas.
Na «descarbonização» os zero vírgula qualquer coisa do CO2 em Portugal não podem sobrepor-se às 84 centrais a carvão na Alemanha, uma das quais entrou em funcionamento há pouco tempo.
A «transição justa» faz-se com princípios de desenvolvimento, com emprego e direitos, não se faz com palavras e uns trocos para aspirinas, oferecidos a quem enfrenta a possibilidade de ficar desempregado a pouco mais de metade de sua vida activa.