Os trabalhadores da hotelaria vivem grandes dificuldades. Esta manhã manifestaram-se em Viana do Castelo.
Declarações de Nuno Coelho, Sind. dos Trabalhadores de Hotelaria e Turismo.
SIC - Primeiro Jornal
ACÇÃO SINDICAL EM VIANA DO CASTELO
Pela reabertura das empresas, reposição dos direitos, negociação da contratação coletiva e aumentos salariais
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte realizou ações de informação e esclarecimento junto dos trabalhadores da hotelaria, restauração e similares, designadamente plenários e contactos, em toda a região Norte, para exigir a reabertura de todas as empresas e estabelecimentos, a reposição de todos os direitos dos trabalhadores, a negociação da contratação coletiva e aumentos salariais.
Depois destes contactos com os trabalhadores, realizou-se hoje, uma ação sindical nas ruas da cidade de Viana do Castelo, junto à porta das empresas do setor, onde foi entregue uma moção, em anexo, onde se exige:
• Reabertura imediata de todas as empresas e estabelecimentos;
• Reposição de todos os direitos dos trabalhadores retirados desde o início da pandemia;
• Pagamento dos salários em atraso;
• Integração nos quadros de todos os trabalhadores despedidos;
• Respeito pelos direitos dos trabalhadores;
• Negociação da contratação coletiva;
• Aumento salarial mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores.
MANIFESTAÇÃO NO CENTRO HISTÓRICO DO PORTO
Na próxima sexta-feira, será realizada uma forte ação sindical dos trabalhadores da hotelaria, restauração e similares junto à porta das empresas do setor no Porto, com partida da Praça da Ribeira, junto à porta do Hotel Pestana Porto, a partir das 9:30 horas. A manifestação prosseguirá por diversas ruas do centro histórico do Porto até à sede da associação APHORT na Praça D. João I, seguindo depois para a delegação da associação patronal AHRESP na Rua Doutor Alfredo Magalhães, nº 60, Porto.
Esta ação sindical contará com trabalhadores das regiões do Norte e Centro, estando inscritos mais de 100 trabalhadores.
Neste dia, será dada uma conferência de imprensa à porta da associação patronal APHORT, pelas 11:30 horas, para fazer um balanço das ações de luta realizadas.
Moção
Considerado que:
Há muitas empresas e estabelecimentos da hotelaria, restauração, bebidas e similares que continuam encerrados sem qualquer justificação;
Há muitos direitos dos trabalhadores, designadamente prémios de línguas, de produtividade, de assiduidade, complementos salariais e subsídios de transporte que foram retirados no início da pandemia e que ainda não foram repostos;
Há muitas empresas que continuam com os salários em atraso;
Há muitos trabalhadores que foram despedidos ou que viram os seus contratos a termo terminar no início da pandemia e que continuam desempregados;
Há muitas empresas que, alegando perdas resultantes da pandemia, não estão a respeitar os direitos dos trabalhadores, designadamente os horários de trabalho, pois obrigam os trabalhadores a trabalharem mais de 40 horas semanais e não pagam o trabalho suplementar, não asseguram os dois dias de descanso semanal e o gozo de 25 dias úteis de férias, de acordo com a contratação coletiva;
Há associações patronais do setor que recusaram a negociação da contratação coletiva em 2019, 2020 e 2021;
A generalidade dos trabalhadores não viu os seus salários atualizados em 2019, 2020 e 2021;
Mais de 80% dos trabalhadores dos hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e similares recebem hoje apenas o salário mínimo nacional (SMN);
Para as empresas reporem a diferença que os trabalhadores do setor recebiam acima do SMN deviam dar um aumento mínimo de 85 euros (20€ 2019/35€ 2020/30€ 2021);
Há restrições de funcionamento e condicionalismos ao funcionamento das empresas impostos pelo Governo injustificáveis e inaceitáveis.
Assim, a direção do sindicato aprova a presente moção para entregar nas empresas onde exige:
Reabertura imediata de todas as empresas e estabelecimentos;
Reposição de todos os direitos dos trabalhadores retirados desde o início da pandemia;
Pagamento dos salários em atraso;
Integração nos quadros de todos os trabalhadores despedidos;
Respeito pelos direitos dos trabalhadores;
Negociação da contratação coletiva;
Aumento salarial mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores;
Anulação de todas as restrições e condicionalismos desnecessários.
Porto, 28 de julho de 2021
Os trabalhadores