A CP – Comboios de Portugal (CP), faltou hoje a uma reunião no Ministério do Trabalho agendada há muito tempo e, deste modo, instalou o pânico no seio dos trabalhadores que ficam sem saber o que vai acontecer no dia 1 de agosto, altura em que a atual concessionária do serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades Risto Rail, Ld.ª já não presta o serviço.
Recorde-se que a CP fez cessar o contrato de prestação do serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades com efeitos a 31 de julho.
Entretanto, a CP fez um concurso que ficou deserto. Fez um novo concurso que não se sabe ao certo o seu resultado, mas corre a informação que foi ganho pela empresa Apeadeiro 2020 – Produtos e serviços, Ld.ª que pertence a um funcionário da CP.
A presença da CP nesta reunião era fundamental para prestar informações essenciais quanto ao futuro do serviço e dos postos de trabalho. Por isso a sua ausência é inqualificável e demonstra a falta de responsabilidade social da administração da CP
A Risto Rail assegurou nesta reunião, mais uma vez, que a partir do dia 31 de julho deixa o serviço. Informou que a CP tem recusado reunir. Que desconhece os resultados do novo concurso. Que já transmitiu os 120 trabalhadores para a CP. Que a CP recusou a transmissão dos trabalhadores. Diz que não tem dinheiro para pagar o salário de julho e muito menos para pagar férias, subsídio de férias e subsídio de Natal. Diz que vai cumprir com os direitos, mas só depois de receber da CP. Alega que a CP lhe deve mais de um milhão de euros. Que já perdeu mais dois milhões de euros neste concurso e que o grupo não manda mais dinheiro para Portugal.
Por outro lado, o Ministério da Infraestruturas, que poderia pôr um travão nesta aventura da CP, continua sem responder ao pedido de reunião feito pela FESAHT há vários meses.
A oito dias úteis do final do contrato, os 120 trabalhadores não sabem o que lhes vai acontecer, estão inseguros quanto aos direitos e ao futuro dos postos de trabalho, sentem-se e abandonados pela empresa, pela CP e pelo Governo.
A CP é a principal culpada da situação, pois faz concursos atrás de concursos com o único objetivo de reduzir custos, ainda que tal resulte no despedimento de dezenas de trabalhadores.
A empresa Apeadeiro 2020, que alegadamente ganhou a concessão do serviço, já fez saber que dos atuais 120 trabalhadores, só precisa de 31 em Lisboa e 16 no Porto.
Face à ausência da CP e à incerteza dos direitos e do futuro dos postos de trabalho, a FESAHT requereu ao Ministério do Trabalho uma reunião nova reunião urgente ao abrigo do artigo 286.º do Código do Trabalho com a Risto Rail, CP e Apeadeiro 2020, tendo esta reunião ficado agendada para dia 29 do corrente pelas 10:30 horas em Lisboa.Fonte: FESAHT