SNTCT vai apresentar proposta de aumento intercalar de salários nos CTT

SNTCT vai apresentar uma proposta de aumento intercalar para todos os trabalhadores dos CTTSNTCT vai apresentar uma proposta de aumento intercalar para todos os trabalhadores dos CTT

Proposta de aumento intercalar CTT para 2021 (com efeitos a 1 agosto 2021)

Remunerações até €1.080,61 – € 7,00

Remunerações de €1.080,92 até €1.451,51 – € 6,50

Remunerações de €1.451,52 até €2.853,17 – € 6,00

Esta proposta é resultado do conhecimento que tivemos após o fim das negociações.

As contas de 2020 – Lucro de 16,7 milhões de euros

A distribuição de dividendos a accionistas – 12,75 Milhões de euros

A injecção capital no Banco CTT Janeiro 2021 – 10 Milhões de euros

O resultado do 1º trimestre de 2021 – Mais 8,7 Milhões de euros

Recompraram acções próprias para atribuir aos administradores executivos e quadros dirigentes – Até 8,25 Milhões de euros

Compraram empresas para diversificar o portefólio – Mais 7 milhões de euros

Os CTT diziam que para aumentos salariais só havia – Cerca de 1,63 Milhões de euros

Por isso:

FALTA DE DINHEIRO NÃO HÁ! O que há é uma tentativa de manter baixos salários e de acabar com a negociação salarial. Esta estratégia é comum à maioria das empresas privadas.

Não é com prémios, vouchers e bolos que se enganam os “tolos”, porque os trabalhadores sabem que para os Administradores e directores vão ser “recompensados” com a atribuição de milhares euros em acções.

Este processo foi e continua a ser uma vergonha e uma provocação que TEM QUE OBRIGATORIAMENTE TER UMA RESPOSTA POR PARTE DOS TRABALHADORES.

Agora que acabaram as negociações, que foi assinado o acordo e que em Junho vão ser pagos os aumentos com retroactivos a Janeiro, é preciso fazer um balanço do processo negocial.

O SNTCT considera claramente que os aumentos salariais negociados são insuficientes e que os CTT podiam e deviam ter ido muito mais longe. Do mesmo modo insistimos desde o inicio que era fundamental alterar as tabelas (anexos III e IV do AE/CTT) tendo em atenção que o aumento salário mínimo tinha obrigatoriamente que ser acompanhado por aumentos nas posições de referência seguintes para evitar que as diferenças fossem cada vez menores. Os CTT estiveram irredutíveis nestas matérias e como é preciso que as duas partes estejam de acordo, o máximo que se conseguiu foi que os CTT aceitassem negociar as tabelas no início de 2022, assim como trabalhar para alterar os critérios e valores do abono para falhas. Para além disso foi negociada admissão até ao final do ano de 130 trabalhadores para o quadro dos CTT.

Foi pouco? – Foi! Mas foi o máximo que conseguimos.

Havia matérias que o SNTCT considerava fundamentais:

Aumentos salariais refletidos nas tabelas salariais;

Aumentos para todos os trabalhadores (até à posição 8 do nível VII do anexo IV do AE;

Continuação da admissão de trabalhadores para o quadro da empresa.

Para além de:

Aumentos justos;

Reformulação de toda a matéria de promoções e progressão Salarial.

FOI UMA NEGOCIAÇÃO DIFÍCIL POR CAUSA DA INTRANSIGÊNCIA DOS CTT.

DE INÍCIO HAVIA POUCOCHINHO DINHEIRO, DEPOIS APARECERAM MAIS UNS TOSTÕES, MAS SEMPRE LONGE DE ATINGIR O QUE OS TRABALHADORES MERECEM.

FIZEMOS COM QUE OS CTT FOSSEM AUMENTANDO A SUA PROPOSTA E NO FINAL DEU ACORDO AOS AUMENTOS SALARIAIS, COM A PRESPECTIVA DE CONTINUAR A REIVINDICAR NOVOS AUMENTOS AINDA ESTE ANO.

Como atrás já dissemos, algumas coisas foram conseguidas e outras não, mas se é verdade que os nossos associados e os trabalhadores em geral manifestaram pouca apetência para lutar para alcançar maiores aumentos, também é verdade que a maioria considera que a posição dos CTT é profundamente injusta e que à luz de novos dados financeiros, estarão dispostos a lutar para tentar alcançar mais e melhores salários ainda este ano.

Em resumo, mesmo não estando completamente de acordo, TODOS os Sindicatos assinaram a revisão salarial. Se neste processo alguém se sente órfão, somente se pode queixar de si mesmo.

SNTCT VAI CONTINUAR A ESCLARECER E MOBILIZAR OS TRABALHADORES PARA MELHORAR OS SALÁRIOS, AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E DEFENDER A QUALIDADE DO SERVIÇO UNIVERSAL

Iremos igualmente continuar a apoiar os trabalhadores a nível local ou regional nas acções de luta pela ocupação dos postos de trabalho com trabalhadores efectivos e substituição dos trabalhadores em férias.

O SNTCT vai mobilizar os trabalhadores da distribuição para se oporem à implementação do chamado projecto (em)trevo, porque ele contribui para uma maior sobrecarga de trabalho e aumento da exploração. O horário de trabalho é de 7h48 e ninguém pode nem deve aceitar trabalhar mais. O que os CTT querem é que cada trabalhador faça o trabalho de 2 ou 3, para além de piorar/atrasar a distribuição do correio, prejudicando desta forma os utentes.

REVERSÃO DA PRIVATIZAÇÃO DOS CTT

O SNTCT tem efectuado ao longo dos últimos anos variadas acções junto das populações, dos órgãos de pode regional, dos órgãos de poder nacional e das comissões de utentes. Foram feitas dezenas de reuniões, de audições, acções de rua e, foram efectuadas várias greves.

Reunimos com grupos parlamentares, com o regulador (ANACOM) e com o Ministro das Infraestruturas.

O SNTCT defende claramente a renacionalização dos CTT porque é a única maneira de garantir a qualidade do serviço e a manutenção dos postos de trabalho. Esta opção será ainda possível se houver por parte do Governo uma actitude coerente e defesa dos interesses do Estado Português, por isso iremos continuar a efectuar as mais variadas acções até que seja conseguido o nosso objectivo – RENACIONALIZAÇÃO DOS CTT.

Também nesta matéria a luta vai continuar!

FONTE: SNTCT