Greve Nacional paralisa câmaras e serviços em todo o país

Greve Nacional paralisa câmaras e serviços em todo o paísGrande adesão demonstra profundo descontentamento dos trabalhadores

A Greve Nacional da Administração Local, que teve início na noite de ontem, 19 de Maio, com uma forte adesão nos sectores da higiene urbana e dos transportes, continuou esta manhã a registar elevadas adesões na generalidade das autarquias, escolas e empresas municipais, não tendo havido recolha de lixo em capitais de distrito como Beja, Castelo Branco, Évora, Lisboa, Santarém e Setúbal, além de muitas dezenas de municípios.

A paralisação desta quinta-feira (20 de Maio), inserida no Dia Nacional de Luta promovida pela Frente Comum, tem igualmente forte expressão em sectores como escolas, juntas de freguesias, piquetes de água, transportes colectivos urbanos de passageiros, bibliotecas, equipamentos culturais e desportivos, sectores operacionais, serviços de atendimento e de tesouraria, encontrando-se muitos deles totalmente encerrados.

Os dados conhecidos da Administração Local até ao momento reflectem o profundo descontentamento dos trabalhadores face à ausência de resposta efectiva do governo do Partido Socialista aos seus problemas e às suas exigências, nomeadamente o aumento geral dos salários – com um mínimo de 90 € para todos –; a revogação do sistema de “avaliação” da Administração Pública (SIADAP); a aplicação imediata (e com efeitos desde 1 de Janeiro) do Suplemento de Penosidade e Insalubridade; a correcção da Tabela Remuneratória Única; a recuperação das carreiras; e a melhoria dos serviços públicos.

O governo PS insiste em anunciar e implementar medidas que agravam as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores da Administração Local, cujo último aumento salarial foi há 12 anos, período ao longo do qual o poder de compra se degradou, em média, 10%. E é o mesmo governo que apresenta um Orçamento de Estado para 2021 que mantém a obsessão pelo défice e uma notória subserviência aos interesses da banca e aos ditamos da União Europeia – comprovados pela visão apresentada no Plano de Recuperação e Resiliência, no Livro Verde Sobre o Futuro do Trabalho e no Plano de Estabilidade 2021-2025 – abandonando os trabalhadores e a melhoria dos serviços públicos, insistindo nas concessões e privatizações, estando em marcha um processo de reconfiguração do Poder Local Democrático.

O STAL considera que é inaceitável que o governo insista em arrastar no tempo a resolução dos graves problemas dos trabalhadores, que estão na linha da frente da resposta às necessidades das populações em todas as áreas de intervenção do Estado e que, por isso mesmo, exigem respeito e soluções para os seus problemas, até porque os aplausos – a quem se desdobrou durante a pandemia – não se traduziram na exigida valorização do trabalho!

A Direcção Nacional do STAL saúda calorosamente os trabalhadores das autarquias, escolas e empresas municipais pela forte adesão à greve convocada no âmbito deste Dia Nacional de Luta, promovido pela Frente Comum, confirmando assim a sua grande confiança na unidade dos trabalhadores, e em particular no STAL, Sindicato com provas dadas na defesa intransigente dos legítimos interesses dos trabalhadores de todo o universo de serviços da Administração Regional e Local.

Dados de adesão em actualização permanente na página do STAL:

www.stal.pt/dadosdagreve