A administração da REN, que vai propor a distribuição aos accionistas de mais de 114 milhões de euros de dividendos, valor superior aos lucros obtidos no último ano, defende para os trabalhadores um acréscimo salarial de 0,3 por cento, o que significa mais três a nove euros.
A proposta patronal foi apresentada na primeira reunião de negociações, no dia 15, como informou a Fiequimetal, numa comunicado que emitiu no dia seguinte, com o título «Tanta espera para tão fraca proposta».
Efectivamente, a negociação salarial de 2021 começa tarde, pois a proposta sindical foi apresentada a 21 de Janeiro e a administração deveria ter respondido no prazo legal de 30 dias.
Na primeira reunião, a federação defendeu um aumento nominal de 90 euros por trabalhador, mantendo a proposta que apresentou há três meses.
A administração ficou-se por uns meros 0,3%, o que equivale a aumentos entre 3,00 euros (salário de entrada) e 9,00 euros para o quadro superior mais alto em topo de carreira.
Este aumento não dá sequer para comprar uma embalagem de máscaras, neste ano de pandemia.
Mas, por outro lado, já se sabe que a administração vai propor a distribuição de mais de 114 milhões de euros aos accionistas, como dividendos do exercício de 2020 - um valor que é superior aos lucros obtidos no último ano!
Os trabalhadores sempre estiveram na frente, mantendo a empresa a funcionar, debaixo das condições epidémicas, mesmo com risco da sua saúde. Não se pode aceitar que não vejam valorizados os seus esforços.
A Fiequimetal espera que a administração venha para a próxima reunião com uma outra postura nesta matéria e nas matérias complementares que fazem parte da proposta sindical.