Perante a postura escandalosa da administração da EDP, que beneficia salários moralmente inaceitáveis, enquanto aos trabalhadores dirige «elogios públicos» e «pontapés privados», não podemos ficar indiferentes, apelou a Fiequimetal, realçando a necessidade de participarem na greve todos os trabalhadores, independentemente da filiação sindical.
Recusando que gozem com quem trabalha, a federação emitiu um comunicado exortando a que amanhã os trabalhadores mostrem o seu descontentamento e protestem, fazendo greve e participando numa concentração convocada para as 11 horas, junto à sede da EDP (Av. 24 de Julho, nº 12, em Lisboa).
Nessa altura será entregue um abaixo-assinado por uma nova e mais justa progressão nas carreiras, que recolheu centenas de assinaturas de trabalhadores da EDP.
Desigualdades
Além dos mais de 800 milhões, relativos a 2020, que passaram para o lado dos lucros (dos quais, mais de 753 milhões vão para dividendos), a administração vai pagar 2,4 milhões de euros, nos próximos três anos, ao antigo presidente (António Mexia), só para ele ficar sentado, e ao actual CEO, Miguel Stilwell de Andrade, a administração propôs e os accionistas aprovaram pagar 1,4 milhões de euros por ano.
Mas, para os trabalhadores, o que está na mesa de negociação é um «aumento» de apenas 0,5 por cento.
Ora, os trabalhadores dão tudo para manter a EDP líder em inovação, defendendo uma empresa que tem de voltar a ser fundamental para o desenvolvimento do País e da economia.
Com a greve, dão força às exigências de:
• Aumento salarial digno, de 90 euros por mês (aplicar este valor representa apenas um por cento dos lucros de 2020);
• Garantia de progressão de carreira;
• Ajudas de custo em valor igual para todos e no escalão mais alto;
• Subsídio de disponibilidade num valor que, no mínimo, seja equiparado ao da BR17;
• Antiguidade (anuidades) para todos os trabalhadores;
• A garantia de não afetação das pré-reformas e reformas e seus valores.