Pela valorização dos trabalhadores e dos seus salários, nas empresas e nas negociações com a associação patronal Apifarma, a Fiequimetal e os seus sindicatos levaram a cabo ontem uma acção, a nível nacional, de contactos e informação.
Aos trabalhadores de diversas empresas do sector, foi distribuído um comunicado a apelar à organização e mobilização em defesa das reivindicações apresentadas pela Fiequimetal à Apifarma para o corrente ano.
Aí se destaca que a primeira proposta da associação patronal, com um inaceitável valor de 1,3 por cento para a actualização da tabela salarial, vai no sentido contrário ao desempenho do sector.
Num levantamento feito pela federação, verificou-se que 13 empresas de produção de medicamentos somaram 207 milhões de euros de lucros, nos últimos três anos, enquanto os salários médios se situam em 800 euros (valor que, em muitos casos, já inclui subsídios de turno).
Estes dados foram apresentados à comunicação social pelo coordenador da Fiequimetal, Rogério Silva, em Massamá (Sintra), ao princípio da manhã, na acção que teve lugar à entrada da Sofarimex (empresa do Grupo Azevedos, que integra os órgãos sociais da Apifarma).
Por uma actualização justa
Os dirigentes e activistas que participaram nas acções de dia 8 deram nota de que o comunicado foi muito bem aceite pelos trabalhadores, que mostraram repúdio perante a proposta patronal, ainda mais porque as empresas continuam a apresentar resultados positivos. Estes, contudo, não revertem de forma justa para os trabalhadores, que são os reais criadores dos lucros em causa.
A exigência de uma actualização mais justa, para que os salários aumentem verdadeiramente, foi reforçada por testemunhos de alguns trabalhadores, alertando que, devido aos salários praticados, há dificuldades em recrutar pessoal para o sector. O nível salarial não corresponde à exigência e ao rigor do trabalho, nem ao facto de que ter bons profissionais requer uma formação demorada.
Vários trabalhadores referiram a necessidade de melhorar as condições de trabalho e de regulamentar o trabalho por turnos, para solucionar as muitas discriminações surgidas entre os trabalhadores.
A Fiequimetal continuará a negociar junta da Apifarma, defendendo as justas reivindicações dos trabalhadores. A próxima reunião está agendada para segunda-feira, dia 12.
Os sindicatos e a federação vão igualmente continuar a fazer acções de contacto com os trabalhadores, prevenindo-os de que, se necessário, devem ser adoptadas formas de luta.
Fonte: Fiequimetal