Representantes dos trabalhadores da Petrogal (Grupo Galp Energia) manifestaram-se ontem junto das residências oficiais do primeiro-ministro e do Presidente da República, exigindo que não fujam às suas responsabilidades para a defesa da refinaria do Porto.
Os protestos, dos quais publicamos mais abaixo algumas imagens, decorreram durante a manhã, começando nas imediações do Palácio de São Bento e prosseguindo em frente do Palácio de Belém.
Dirigentes da Fiequimetal, dos sindicatos (SITE Norte, SITE CSRA, SITE Sul e Sicop) e da Comissão Central de Trabalhadores e delegados sindicais, das refinarias do Porto e de Sines e dos serviços centrais da Petrogal concentraram-se junto da residência oficial do primeiro-ministro desde cerca das 10h30.
Entre bandeiras da CGTP-IN e palavras de ordem, destacaram-se três grandes faixas, com as inscrições «A Galpada continua com o roubo de direitos», «Respeito» e «Petrogal para Portugal, não pró grande capital, para uma vida melhor».
Aqui, com recursos a amplificação sonora, intervieram representantes dos trabalhadores da Petrogal e usou também da palavra a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.
A manifestar solidariedade para com os objectivos desta jornada, deslocaram-se junto dos trabalhadores Diana Ferreira e José Soeiro, deputados, respectivamente, do PCP e do BE.
A partir das 12h00, uma acção similar decorreu frente à residência oficial do Presidente da República. Rogério Silva, coordenador da Fiequimetal e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN encerrou o momento de intervenções de dirigentes sindicais e da CCT.
Em cada um dos locais foi aprovada uma resolução, que delegações entregaram no gabinete do primeiro-ministro e nos serviços da Presidência da República.
Para lá do ambiente
O Governo tem o dever de defender o interesse nacional - destaca-se na resolução dirigida ao primeiro-ministro.
Acusando o Governo de continuar a fugir às suas responsabilidades, rejeita-se que a intenção de encerramento da refinaria seja tratada como uma matéria meramente ambiental, circunscrita ao Ministério do Ambiente e da Acção Climática.
Pelo contrário, o encerramento do complexo petroquímico, a consumar-se, não tem qualquer impacto positivo no ambiente global.
Com as necessidades de consumo a manterem-se, haverá uma simples deslocalização da produção, sem efectiva redução de emissões - e até haverá prejuízos para o meio ambiente, pois o combustível da Região Norte passará a ser transportado de mais longe.
Por outro lado, o fornecimento de 25 matérias-primas, que as fábricas do sector na Região Norte adquirem à refinaria do Porto, ficará altamente dependente de importações. Em muitos casos, são produzidas em refinarias com menor eficiência energética e ambiental.
Três exigências
Nas duas resoluções são comuns as exigências apresentadas:
- Medidas para a manutenção e continuidade da laboração na refinaria do Porto, em Matosinhos;
- Decisões para investimentos e formação profissional na refinaria, tendo em vista a sua modernização e adequação à produção de novos produtos;
- Defesa do emprego com direitos e do interesse nacional.