Dia Mundial da Água: STAL promove tribuna pública em defesa da água de todos

STAL promove tribuna pública em defesa da água de todosDIA MUNDIAL DA ÁGUA ASSINALADO EM PAREDES
STAL promove tribuna pública em defesa da água de todos

O Dia Mundial da Água celebra-se nesta segunda-feira, 22 de Março, e é assinalado pelo STAL com uma iniciativa em Paredes, que conta com a participação da Associação Água Pública, em defesa da valorização da água e da sua gestão pública, sustentável e participada. O Sindicato reafirma que é preciso assegurar o direito a este recurso essencial e saneamento para todos, bem como valorizar o serviço público, os trabalhadores do sector e reforçar o investimento público para combater a crise e cuidar do futuro.

O Parque José Guilherme, em Paredes, acolhe esta segunda-feira, 22 de Março, às 11.00h, uma tribuna pública promovida pelo STAL para assinalar o Dia Mundial da Água, que este ano tem como tema «valorizar a água» (https://www.worldwaterday.org/), recurso finito e insubstituível com um enorme e complexo valor para o uso doméstico, alimentar, cultural, saúde, educação, economia e para a integridade do ambiente natural.

A água não pode ser objecto de negócio. É preciso uma gestão pública para salvaguardar o seu valor multidimensional para benefício de todos, pelo que o STAL saúda a decisão da Câmara Municipal de Paredes de avançar com a remunicipalização da água, bem como a do município de Santo Tirso.

Estes casos, como muitos outros, não só desmentem a apregoada superioridade da gestão privada, como confirmam a verdadeira natureza da privatização: os privados embolsam chorudos lucros, os municípios e as populações pagam a factura.

Constatando que os municípios que têm água privatizada são os que têm os preços mais caros no País, verifica-se nestes concelhos que a factura continua a subir, a coberto de contratos ruinosos e lesivos para municípios e populações, que enfrentam hoje acrescidas dificuldades.

Prosseguindo o combate pela gestão pública, o STAL apela, nomeadamente ao município de Fafe – cujo contrato com a Indáqua termina no final deste ano –, para que concretize o regresso da água às mãos da autarquia, sendo que tudo fará nesse sentido, mobilizando os trabalhadores e as populações, conscientes de que os interesses privados não só promovem a privatização, travada pela luta, como procuram impedir a recuperação dos serviços públicos.

Valorizando o papel das autarquias, o Sindicato considera positiva a aprovação, pelo Orçamento do Estado para 2021 – a partir de uma proposta do PCP –, do fim dos poderes de tutela da ERSAR sobre as autarquias e os serviços com gestão pública municipal e intermunicipal na fixação dos preços da água, saneamento e resíduos, repondo dessa forma a autonomia local dos municípios numa matéria decisiva.

É igualmente importante valorizar o papel dos trabalhadores, implementando, de forma imediata e com efeito a 1 de Janeiro de 2021, o Suplemento de Penosidade e Insalubridade – ainda que muito aquém da reivindicação do STAL –, abrangendo os trabalhadores da água e saneamento, que, tal como muitos outros da Administração Pública e, em particular, da Administração Local, são vítimas de um sistema de avaliação (SIADAP) que os condena à estagnação nas carreiras e ao congelamento salarial.

Nesse sentido, o STAL defende a criação de um sistema de carreiras que respeite o direito à promoção e à progressão dos trabalhadores, medidas urgentes e indispensáveis para a prestação de um serviço público com qualidade.

Garantir a fruição universal dos direitos à água e ao saneamento

O Objectivo 6 do Desenvolvimento Sustentável – estabelecido na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas – é assegurar água e saneamento para todos. Mas sem uma compreensão abrangente do verdadeiro valor multidimensional da água seremos incapazes de salvaguardar este recurso crítico para benefício de todos.

É urgente garantir a fruição universal dos direitos à água e afirmar um serviço público de abastecimento de água e saneamento, exigindo-se, por isso, uma política que reforce e garanta os investimentos públicos necessários para atingir esses objectivos.

Todavia, e num quadro em que os serviços de águas foram chamados a fazer um tremendo esforço para responder às populações, o que se constata – designadamente no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – é que os valores previstos para a Gestão Hídrica correspondem a menos de 2,7% do volume total de investimento previsto no PRR, o que é claramente insuficiente, a par de opções erradas que não resolvem os problemas do sector e não cuidam do futuro.

O STAL convida esse Órgão de Comunicação Social a estar presente na tribuna pública em defesa da água esta segunda-feira, 22 de Março, às 11.00h, no Parque José Guilherme, em Paredes, que contará com a presença de dirigentes nacionais do STAL e da Associação Água Pública.

FONTE: STAL