TAP AIR PORTUGAL - OS TRABALHADORES NÃO SÃO OS CULPADOS
Como é já de todos conhecido, a TAP iniciou na passada segunda-feira uma ronda de reuniões com todos os sindicatos representativos dos seus trabalhadores.
Quanto aos sindicatos do pessoal de terra, desta vez a TAP adotou o sistema da “pesca à linha”, ou seja, decidiu marcar e realizar reuniões com grupos de sindicatos, sendo que ao SITAVA coube ser recebido hoje, quarta-feira, e sem qualquer companhia.
Do objetivo destas reuniões também já todos têm conhecimento, assim como da proposta
entregue pela empresa, na passada segunda-feira, aquando da primeira reunião com outros
sindicatos. Quanto a ela diríamos que é uma proposta que consideramos completamente
desajustada da realidade e em relação à qual transmitimos à empresa que, tal como está, é
completamente inegociável.
A estranha abordagem da TAP para iniciar negociações, com vista a fazer frente aos gravíssimos
problemas que a empresa atravessa, não são de molde a deixarem-nos descansados quanto às
suas reais intenções.
Afirmam, por um lado, que temos que reduzir custos, mas por outro recusam aderir aos
instrumentos de apoio à retoma disponibilizados pelo governo, que permitiria reduzir
consideravelmente o custo com salários. Por outro lado, apresentam-se com uma sanha contra
os trabalhadores como se fossem estes a razão de não haver procura e a frota estar quase parada.
E o corte nos outros custos quando é que os trabalhadores o conhecem?
Como por variadíssimas vezes temos afirmado, não ignoramos os gravíssimos problemas que a
TAP atravessa, e por isso temos mantido permanentemente uma postura dialogante e de procura
de soluções, mas de uma outra coisa temos também a certeza. Os trabalhadores e as suas famílias
não têm qualquer responsabilidade nesta situação e em nada contribuíram para ela. As soluções
têm, portanto, que ser procuradas noutras paragens.
Em concreto, em relação aos trabalhadores de terra, temos a profunda convicção que já muito
deram durante todos os meses de Lay-Off, e seria de uma enorme injustiça vir agora a empresa
impor mais sacrifícios.
Quanto às anunciadas intenções de suspender parte do Acordo de Empresa, remetendo a
regulamentação para o Código do Trabalho, o que dizemos à empresa é que tem que haver bom
senso de todas as partes. O AE do pessoal de terra é já ele próprio um acordo minimalista, barato
e que atribui à hierarquia todas as prorrogativas de gestão dos recursos humanos.
Manter-nos-emos firmes, unidos e determinados na defesa do que é para todos nós mais
importante: os postos de trabalho, os salários e a contratação coletiva.
FONTE: SITAVA