O aumento do recurso a meios digitais na visitação de hospitais por profissionais da indústria farmacêutica pode levar à perda de muitos postos de trabalho, alertou a Fiequimetal, numa reunião com a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, que partilha esta preocupação.
O acesso aos hospitais pelos profissionais da indústria farmacêutica foi discutido no dia 18, numa reunião que a Fiequimetal solicitou à APAH.
Deu-se assim continuidade às reuniões com entidades ligadas directa ou indirectamente à actividade dos profissionais de informação médica, pela dignificação do seu trabalho e pela efectiva retoma da sua actividade em condições de segurança.
Dirigentes da Fiequimetal, como se refere numa informação aos trabalhadores deste sector, reuniram-se com o secretário-geral da APAH, Miguel Lopes, e a coordenadora técnica, Alexandra Santos.
A federação reafirmou que é necessária uma orientação nacional e não medidas avulsas, que podem ser bastante discriminatórias e incompreensíveis.
Para procurar responder à situação de pandemia, tem-se verificado um alargamento da utilização dos meios digitais para a actividade dos profissionais de informação médica, em substituição da actividade presencial.
Mas, como é opinião generalizada dos profissionais de visita médica e dos próprios médicos, nada substitui uma visita presencial, com contacto humano.
Além disso, os meios e métodos de trabalho à distância têm demonstrado diversos pontos fracos, impedindo muitas vezes que a actividade profissional seja feita da melhor maneira, criando barreiras e dificuldades.
A APAH declarou que, nesta fase, há uma oportunidade de mudança, para actualizar, modernizar e dignificar mais a profissão.
A Fiequimetal reforçou a ideia de que uma maior aposta no uso dos meios digitais pode levar à perda de muitos postos de trabalho, devido ao oportunismo de certas empresas. A federação está atenta a este perigo e a trabalhar para o combater, posição que mereceu apoio dos representantes da APAH.
Na reunião foi defendida a necessidade da criação de «blocos» no horário assistencial dos médicos (horário de trabalho), para que estes possam alocar tempo à visitação (mesmo que seja feita à distância). Houve também concordância na ideia de que, para a visitação presencial, os hospitais devem ainda criar áreas dedicadas.
Para a Fiequimetal, a reunião foi bastante positiva e produtiva, mostrando que existe uma convergência de ideias e preocupações de ambas as entidades. Foi assumida a disponibilidade da APAH para apoiar um documento (tomada de posição) que a Fiequimetal apresente junto do Ministério da Saúde, sobre as medidas necessárias a serem implementadas para a retoma da actividade dos profissionais de informação e visitação médica junto dos profissionais de saúde.