Os problemas laborais nos refeitórios escolares foram fortemente agravados pelas novas normas de funcionamento deste ano lectivo, num contexto em que as tarefas redobraram para dar resposta às exigências ao nível da higiene, segurança e saúde. O Sindicato de Hotelaria do Centro anunciou hoje que, em face do acompanhamento da situação que tem vindo a fazer nos locais de trabalho e dos protestos das trabalhadoras, as estruturas sindicais do sector deverão coordenar uma Greve Nacional para o dia 26 de Outubro.
Perante as novas normas da DGS, ao invés de aumentar o número de trabalhadores, as empresas, com o beneplácito da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (Ministério da Educação), pressionam para redução do número de trabalhadores, no desrespeito total pelas regras, tanto de saúde como para salvaguardar a higiene e segurança alimentar, denuncia o sindicato.
As trabalhadoras têm de dar resposta aos horários mais prolongados do período de empratamento e serviço de refeições, bem como à necessidade de higienizar o espaço entre a entrada e saída de alunos, professores e funcionários escolares. À maior preocupação na higiene de utensílios, acresce o empacotamento de talheres, desinfecção de frutas e embalamento de refeições para casa. Toda a sobrecarga de trabalho acrescentada por estas tarefas está a ser ignorada pelas empresas concessionárias e pelos organismos do Estado com a responsabilidade do sector, desde o Ministério da Educação às Câmaras Municipais.
Comunicado de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro
Mais um ano lectivo que abre e os problemas laborais das trabalhadoras dos refeitórios escolares repetem-se e agravam-se!
Perante as novas normas da DGS, ao invés de aumentar o número de trabalhadores e respectivas cargas horárias, as empresas com o beneplácito da DGEST’es – Ministério da Educação, pressionam para redução do número de trabalhadores e respectivas cargas horárias, no desrespeito total pelas regras de Saúde e segurança, mas mais grave, sem a preocupação da necessidade de salvaguardar a higiene e segurança alimentar.
Horários mais prolongados do período de empratamento e serviço de refeições, obrigatoriedade de higienizar o espaço entre a entrada e saída de alunos e utentes, maior preocupação na higiene de utensílios, empacotamento de talheres, desinfecção de frutas, embalamento de refeições para casa, todas estas tarefas estão a ser completamente ignoradas pelas empresas, pela DGEST’es Ministério da Educação, no Centro à empresa ICA em adjudicação directa até Dezembro, porque o concurso foi anulado e está a decorrer outro, Uniself nas escolas da DREN e DRELVT, mas agora também pelas Câmaras Municipais que aceitaram a delegação de competências e realizaram os concursos de adjudicação do serviço de refeições para o seu município, exemplos – Figueira da Foz – empresa Gertal, Montemor o Velho e Condeixa – empresa Uniself ou Tábua e Coimbra – empresa ICA, ou como é o caso de gestão directa do Município, exemplo Mangualde, onde a Câmara ilegalmente se opôs à transferência das trabalhadoras efectivas dos refeitórios, levando o sindicato e as trabalhadoras a recorrer à justiça para defender os seus legítimos direitos.
A Direcção do Sindicato, tem acompanhado estes primeiros dias trabalhadoras dos refeitórios escolares, que ao serviço da ICA, UNISELF, GERTAL, têm desenvolvido com muitas dificuldades as tarefas de bem servir a alimentação das crianças, jovens, professores e auxiliares nas escolas, num contexto novo de exigências redobradas ao nível da Higiene, segurança e Saúde.
As empresas concessionárias, no seu comportamento de recrutamento e gestão, apenas parecem pensar como podem retirar o máximo lucro desta concessão, por outro lado o Ministério da Educação e Autarquias, os concessionantes/ clientes assistem a toda esta situação, denunciada pela Direcção do Sindicato e pelas trabalhadoras nos últimos dias, através de transmissão às Direcções das escolas, de que serviços como a lavagem de louça após as refeições, limpeza do refeitório ou ensacar de talheres estão a ficar por fazer, porque o pessoal não chega para realizar as tarefas exigidas.
As empresas concessionárias, tratam os trabalhadores(as) como objectos, não manifestando respeito pelos seus direitos, exigindo a realização de serviços a ritmos de trabalho impossíveis, muitos trabalhadores(as) já manifestaram ao Sindicato a vontade de deixar o serviço e abandonarem estas responsabilidades.
Ao sindicato, em representação das trabalhadoras, não restará outra solução que não seja elevar o patamar de luta neste sector dos refeitórios escolares se estes problemas não forem resolvidos, já está a ser pensado e articulado a nível nacional entre todas as estruturas sindicais uma possível Greve Nacional dos trabalhadores(as) dos refeitórios escolares a realizar dia 26 de OUTUBRO
Este sector que pertence às cantinas e refeitórios, não vê os salários melhorados e negociados, estando quase todas as categorias profissionais, no ou junto ao valor do Salário Mínimo Nacional, por isso aumentam as justas razões para as suas reivindicações.
Exige-se por isso que a AHRESP, associação patronal representativa das empresas deste sector, que tão rápida tem sido para exigir do governo medidas extraordinárias para a restauração, também cumpra o seu papel, aliás prometido e não cumprido, de melhorar as condições de vida e salários dos trabalhadores(as) destes sectores. Não basta um discurso retórico de preocupações sociais, se depois os seus associados têm práticas de gestão completamente anti-sociais.