A elevada adesão à greve de hoje dos trabalhadores do SUCH – Serviços de Utilização Comum dos Hospitais, de praticamente quase 100% no serviço de alimentação, resultou no encerramento de bares e refeitórios dos hospitais de Faro e Portimão, estando a funcionar apenas os serviços mínimos.
(VER VÍDEO) SIC Notícias - Jornal do Meio-Dia
Comunicado de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve:
GREVE NO SUCH: GRANDE ADESÃO ENCERRA BARES E REFEITÓRIOS DOS HOSPITAIS DE FARO E PORTIMÃO
A elevada adesão à greve de hoje, dia 27, dos trabalhadores do SUCH – Serviços de Utilização Comum dos Hospitais, de praticamente quase 100% no serviço de alimentação, resultou no encerramento de bares e refeitórios dos hospitais de Faro e Portimão, estando o serviço a funcionar só com os serviços mínimos.
Os trabalhadores juntaram de manhã pelas 10h00 no Hospital de Faro, seguindo depois pelas ruas de Faro até à Administração Regional de Saúde do Algarve, onde entregaram uma moção aprovada no local (em baixo).
Paulo Neves, administrador do CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve, esteve à conversa com os trabalhadores, onde assumiu o compromisso de fazer uma visita aos serviços do SUCH para se inteirar dos problemas denunciados pelos trabalhadores. O sindicato irá ceder no sentido de agendar a visita.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve felicita os trabalhadores pela sua coragem e determinação e exorta-os a manterem-se unidos e disponíveis para continuar a lutar até que as suas reivindicações sejam satisfeitas.
MOÇÃO
APROVADA PELOS TRABALHADORES DO SUCH NA CONCENTRAÇÃO REALIZADA EM FRENTE À ARS ALGARVE NO DIA 27 DE JULHO DE 2020
Considerado que:
- Os salários praticados no SUCH são muito baixos e por isso mais de 90% dos trabalhadores recebem apenas o Salário Mínimo Nacional;
- Os trabalhadores do SUCH estiveram na primeira linha nesta fase pandémica ao assegurarem a alimentação aos médicos, enfermeiros, demais funcionários hospitalares e doentes, incluindo as vitimas da COVID-19, bem como outros serviços de apoio designadamente de lavandaria, manutenção, resíduos hospitalares e limpeza;
- Os trabalhadores viram-se confrontados, neste período, com regimes de 12 horas diárias, adiamento das férias, recusa de dispensa ao trabalho para assistência aos filhos, falta de pessoal e ritmos de trabalho intensos, falta de equipamentos de protecção individual e colectiva, falta de testes de despistagem da COVID-19, etc;
- Os trabalhadores do SUCH são equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres mas não são equiparados aos trabalhadores da saúde para beneficiar de direitos;
- O trabalho e o empenho dos trabalhadores do SUCH nesta fase difícil da vida dos trabalhadores não foram minimamente valorizados pela administração do SUCH nem pelo Governo;
- A administração do SUCH não retomou as negociações de revisão do Acordo de Empresa para 2020, apesar dos diversos pedidos feitos pela FESAHT.
Assim, os trabalhadores em greve, concentrados junto à Administração Regional de Saúde do Algarve, exigem:
- A negociação imediata do Acordo de Empresa para 2020;
- O fim dos despedimentos e o preenchimento dos quadros de pessoal para garantir o cumprimento dos direitos dos trabalhadores e a prestação de um serviço de qualidade;
- O pagamento dos feriados com um acréscimo de 200% de acordo com o Acordo de Empresa;
- Um aumento salarial de 90€ para todos, com efeito a 1 de Janeiro de 2020;
- A redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais;
- O pagamento do trabalho prestado ao sábado e domingo com um acréscimo de 1€/hora;
- A actualização do subsídio de alimentação para 5,10€;
- A criação de um regime de diuturnidades, a vencer de 4 em 4 anos, no valor de 40€ cada;
- A atribuição de um complemento de doença e de acidentes de trabalho;
- A realização periódica de testes de despistagem da COVID-19 a todos os trabalhadores;
- A atribuição de um subsídio de risco a todos os trabalhadores;
- A atribuição de uma compensação extraordinária a todos os trabalhadores que estão na linha da frente do combate à COVID-19;
- Uma política que defenda e valorize os serviços públicos, nomeadamente, o Serviço Nacional de Saúde.
Faro, 27 de Julho de 2020
Os trabalhadores