Aptiv pode pagar lay-off imposto em Castelo Branco

20190219Aptiv delphi castelo branco arquivoNada impede a Aptiv (antiga Delphi Automotive, em Castelo Branco) de suportar a diferença entre a parte que é paga pela Segurança Social e a remuneração líquida de cada trabalhador, salienta o SITE CSRA, numa nota de imprensa em que recorda um recente compromisso da multinacional para não recorrer ao lay-off agora anunciado.

O sindicato assinala ainda que, terminado o lay-off, a empresa vai receber o valor de um salário mínimo por cada trabalhador e ainda fica isenta de pagar à Segurança Social.

A decisão de recorrer ao lay-off foi comunicada à comissão sindical, no dia 27 de Março, quando esteve reunida com a administração da empresa, a pedido desta.

Este lay-off é uma decisão que contraria o compromisso assumido pela empresa com a comissão sindical no dia 24 de Março, e que visava exactamente limitar o recurso a esta medida.

O SITE CSRA sempre lutou para que o recurso ao lay-off fosse a última opção. Ora, uma decisão destas, decorrido tão pouco tempo após a empresa ter assumido esse compromisso, levanta legítimas dúvidas e apreensões sobre todo o processo. Ao recorrer ao lay-off, a Aptiv pôs em causa o compromisso assumido dia 24, pelo que o SITE CSRA o considera sem efeito.

Os trabalhadores e as suas famílias, irão ver os seus rendimentos reduzidos, e isso origina constrangimentos no seio das famílias. Para o sindicato, nada impede a empresa de suportar a diferença entre o que paga a Segurança Social e a remuneração líquida de cada trabalhador, tanto mais que, finalizando o lay-off, a empresa vai receber um salário mínimo por trabalhador e ainda fica isenta de pagamento à Segurança Social.

Esta posição foi expressa pela sindicato, na última reunião com a empresa, a 2 de Abril.

O SITE CSRA lamenta também o anúncio da administração sobre a rescisão dos contratos de trabalho, pela empresa Kelly, com os 144 trabalhadores de vínculo precário, muitos dos quais se vão ver numa situação de desespero, pois ainda não podem recorrer ao subsídio de desemprego, por falta de descontos para a Segurança Social.

Este é o resultado do facto de o Governo não ter protegido estes trabalhadores, quando decidiu tornar possível o lay-off sem garantias para os trabalhadores.

FONTE: FIEQUIMETAL