Sem acordo com a entidade patronal, os trabalhadores da empresa que opera no sector de logística da Super Bock mantêm a greve marcada para os dias 27 e 28 de Agosto.
Os Trabalhadores da Leta, empresa de prestação de serviços que opera, em regime de exclusividade, no setor de logística da Super Bock, em Leça do Balio, na ausência de avanços claros da sua entidade patronal em direcção à satisfação das suas reivindicações, decidiram manter a greve marcada para a próxima semana, nos dias 27 e 28 de Agosto.
Os Trabalhadores haviam já realizado um plenário na passada semana onde deram claras indicações daquilo que seriam os limites da negociação face ao caderno reivindicativo apresentado em Março, sem que tenha havido, desde aí, qualquer demonstração de vontade em negociar por parte da Empresa.
Face aos claros avanços noutras empresas que operam naquelas instalações, nomeadamente os bons resultados conseguidos no âmbito da campanha de combate à precariedade, onde, por acordo com a Administração do Super Bock Group, se garantiu a inclusão de cerca de sessenta trabalhadores, até aqui com vínculos precários a empresas de prestação de serviços e trabalho temporário, os Trabalhadores da área logística viram-se na grave situação de, não obstante a exigência acrescida de cariz técnico e físico da função, passarem a ser os mais mal remunerados de toda a área de trabalho, mesmo em regime de turnos e laboração contínua.
A reivindicação apresentada pelo SINTAB abrange vários aspetos, desde a melhoria das condições de trabalho até ao aumento salarial, passando pela exigência do pagamento do recurso ao regime de trabalho em horário concentrado, bem como a sua regularização, e melhoria do pagamento das horas noturnas e do trabalho prestado em regime suplementar (incluindo o ressarcimento dos valores atrasados de descanso compensatório por trabalho prestado em dia de descanso semanal, nunca creditados).
A posição irredutível da Empresa expõe a sórdida convicção dos seus responsáveis de que conseguem manter o preço da prestação de um serviço fundamental à SUPER BOCK, e a sua margem de lucro, à custa da contínua precarização dos direitos e remunerações dos Trabalhadores, como a ilegal e inqualificável retirada de dias de férias, contabilizando-as em horas, valendo-se do argumento de os Trabalhadores fazerem jornadas de trabalho de 12 horas.
Perante os avanços insuficientes por parte da Empresa, o Sindicato decidiu manter a greve que se inicia na próxima terça-feira, estando, como sempre, aberto ao diálogo para o fim desta semana, de modo a que se esgotem todos os esforços de negociação com vista a acordo que satisfaça os Trabalhadores.
FONTE: INTAB