O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores, Cortiças do Sul e Regiões Autónomas (STCCMCS) e a USNA estiveram ontem em contacto com os trabalhadores da Unidade de Salteiros da Corticeira Amorim, em Ponte de Sôr, onde a maioria dos trabalhadores são contratados por uma empresa de trabalho temporário.
A maioria dos trabalhadores desta unidade são contratados por via da Synergie, uma empresa de trabalho temporário (ETT). O recurso a esta forma de trabalho precário é justificado pela sazonalidade do trabalho no sector da cortiça. Na prática, o que acontece é que os trabalhadores desempenham funções de forma permanente e não apenas sazonal, acabando por desempenhar funções diversas nas diferentes unidades da Amorim. São trabalhadores temporários com trabalho o ano inteiro mas que, ao invés de serem contratados pela empresa onde efectivamente trabalham têm contrato com uma empresa que aluga mão-de-obra para outras lucrando com a força de trabalho.
No documento distribuído é denunciado o facto de um trabalhador ganhar em média menos 70% por ter um contrato com uma ETT em lugar de ter com a empresa utilizadora. As empresas recorrem a ETT para não aplicarem os contratos colectivos de trabalho e para se desresponsabilizarem dos seus trabalhadores. No dia 28 de Março terá lugar a manifestação nacional de jovens trabalhadores, uma oportunidade mostrar na rua que chegou o tempo de travar esta e outras formas de precariedade.
FONTE: União dos Sindicatos do Norte Alentejano