Cerca de duas dezenas de vigilantes do Metropolitano de Lisboa, contratados pela empresa de segurança Securitas, protestaram ontem junto à estação da Alameda, reivindicando o pagamento do trabalho suplementar e subsídio de alimentação.
“Os trabalhadores estão a contestar o cumprimento do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT). Tivemos a primeira reunião com a Securitas em maio. Nessa reunião, a empresa comprometeu-se com várias matérias do contrato, nomeadamente, a questão dos intervalos para descanso, o trabalho suplementar, os feriados e o subsídio de alimentação", disse à Lusa Rui Tomé, do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD).
De acordo com o sindicalista, apesar do compromisso assumido a empresa não cumpriu o prometido no mês seguinte, pelo que os trabalhadores recorreram para o Ministério do Trabalho.
"Nessa reunião, no Ministério do Trabalho, houve novo compromisso e, de boa fé, a greve que estava agendada foi desmarcada, já que os trabalhadores ficaram com a esperança de que no final de agosto as matérias fossem cumpridas, mas a Securitas não cumpriu", revelou Rui Tomé.
De acordo com o sindicalista, a empresa não cumpriu na questão do "pagamento do trabalho suplementar, nem no subsídio de alimentação em termos proporcionais para quem está no regime de adaptabilidade".
"A Securitas é uma empresa multinacional, de referência, uma empresa que tem obrigação de cumprir com o contrato coletivo de trabalho e tem de respeitar os trabalhadores, o que não está a acontecer", frisou.
Caso a empresa não cumpra aquilo que está estipulado no Contrato Coletivo de Trabalho, nomeadamente as questões que fazem hoje os trabalhadores contestarem, Rui Tomé admitiu que serão consideradas "novas formas de luta", entre as quais nova queixa no Ministério do Trabalho e à Autoridade das Condições do Trabalho (ACT), entre outros.
"Só queremos que cumpram com o contrato. A empresa está a pagar o valor hora, os trabalhadores não recebem com as percentagens que estão estipuladas no CCT e é isso que estamos a exigir à empresa. Só queremos que cumpra com o contrato, não queremos nem mais, nem menos", afirmou.
Segundo o sindicalista, são cerca de 80 os trabalhadores vigilantes do Metropolitano de Lisboa que se encontram nesta situação de incumprimento por parte da empresa Securitas.