Os trabalhadores do grupo Lusíadas estão hoje em greve e tiveram a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, na concentração de protesto que realizaram, esta manhã, à porta do Hospital Lusíadas Lisboa.
A Lusíadas, SA e SGPS actua na área da Saúde e explora hospitais e clínicas privados, bem como a PPP do Hospital de Cascais. Os trabalhadores e o CESP – Sindicato do Comércio Escritórios e Serviços exigem, a progressão das carreiras congeladas e o fim da repressão e assédio aos trabalhadores.
Num comunicado aos trabalhadores, o CESP explana as contradições da Lusíadas, SA e SGPS:
Pratica baixos salários, desmotivando os seus trabalhadores. Subjuga-os às suas categorias profissionais iniciais durante anos, congelando assim as suas progressões na carreira.
Diz que o seu principal foco é cuidar das pessoas, em que o lema espelhado em todas as unidades do grupo é “Sabemos Cuidar”. Mas não cuida dos seus trabalhadores nem a sua vida familiar, nem respeita os seus direitos, obrigando-os a praticar horários de trabalho ilegais.
Afirma que se põe na pele dos seus clientes e dos seus “colaboradores”. Mas obriga os trabalhadores a realizarem turnos nocturnos, apenas com um trabalhador. Bem como faz escalas de trabalho absurdas, em que trabalhadores estão completamente sozinhos durante 8 horas de trabalho, sem ter qualquer consideração sequer em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho.
Descaradamente diz que “a responsabilidade social faz parte do seu ADN”. No entanto, recusa desde 2014 a transferência de uma trabalhadora que é mãe solteira e sem qualquer apoio, com a família desta a 300km de distância, não permitindo desta forma que a criança possa crescer junto da mãe.
Escrevem que é ponto assente na empresa o cuidado para com os que são socialmente mais fragilizados e querem contribuir activamente para uma sociedade mais justa e solidária. Na prática persegue e assedia os trabalhadores sindicalizados no CESP. Ameaça-os por participarem nos plenários, tenta impedir a participação bloqueando a sua ida aos mesmos. Demora na resposta aos pedidos.
Refere no seu site que, além da responsabilidade social, tem interesse ou dá especial atenção ao bem-estar. Mas depois permite que haja assédio e repressão, defende a caducidade ilegal de contratos de trabalho, aceita que chefias persigam os trabalhadores, restringe a direito à liberdade sindical, condiciona o direito das trabalhadoras em período de amamentação e paga baixos salários.
A Lusíadas SA e SGPS tem lucro de muitos milhões, mas aos trabalhadores apenas foram dados tostões.
Os Trabalhadores e o CESP exigem:
· Negociação da Tabela Salarial, com aumentos condignos para todos os trabalhadores;
· Dignificação das Carreiras e categorias Profissionais, através da diferenciação e correcta atribuição das categorias profissionais e análise das progressões nas carreiras;
· Reclassificação dos trabalhadores, acabando com as actuais injustiças e desigualdades;
· 25 dias úteis de Férias;
· Subsídio de Refeição igual para todos os trabalhadores (6,40€);
· Regresso do horário contínuo;
· Respeitar as normas na elaboração de horários de trabalho de acordo com o CCT e a Lei;
· Fim da pressão, repressão e assédio dos trabalhadores;
· Resolução dos problemas de segurança existentes;
· Respeito pelos direitos da parentalidade.