Liga dos Clubes não atualiza tabela salarial há 8 anos

futebolA Liga dos Clubes não actualiza tabela salarial há oito anos e insiste em retirar direitos aos trabalhadores.

As federações de sindicatos FESAHT e FEPCES promovem amanhã, a partir das 14 horas, uma ação de contacto com os clubes de futebol participantes na assembleia geral da Liga para denunciar a situação.

A Liga dos Clubes de Futebol profissional recusa atualizar os salários dos trabalhadores dos clubes de futebol e sociedades desportivas desde 2010.

Em 2011, a Liga acordou uma tabela salarial, mas depois deu o dito por não dito e não assinou o texto final a fim de ser enviado para o Ministério do Trabalho.

A partir desta altura, a Liga tem vindo a recusar sucessivamente as propostas sindicais de aumentos salariais e a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Em 2016 a Liga denunciou o CCT e excluiu os clubes de futebol, pretendendo negociar um CCT apenas para sociedades desportivas.

Em 2017 a Liga requereu a caducidade do CCT.

Entretanto, decorre um processo de conciliação no Ministério do Trabalho a pedido dos sindicatos.

A proposta apresentada recentemente pela Liga visa liquidar todos os direitos dos trabalhadores e prevê aumentos salariais apenas para os trabalhadores que recebem salários até 600 euros, deixando sem aumentos salariais a esmagadora maioria dos trabalhadores.

A comissão negociadora da Liga, onde se destaca a representação do Benfica pelas suas posições radicais para retirar direitos aos trabalhadores e caducar o CCT, pretende apenas negociar salários e os horários, deixando o demais clausulado fora do CCT, remetendo tudo para o Código do Trabalho que é a lei dos mínimos.

Os sindicatos não podem aceitar tais posições por serem violentas e destruidoras de toda a regulamentação coletiva e dos direitos conquistados ao logo de décadas.

A Liga diz que atualizou os salários dos trabalhadores da própria Liga e o Benfica diz que também tem atualizado os salários todos os anos, mas na comissão defendem o congelamento e a retirada de direitos.

FONTE: SINDICATO DA HOTELARIA DO NORTE