Contra um despedimento colectivo, o Sindicato da Hotelaria do Norte marcou greve para os dias 18 e 31 de Dezembro, no Hotel Carris Porto. No dia 18 também vai promover uma acção de protesto à porta do hotel.
O sindicato já pediu a intervenção do Governo e vai exigir a suspensão do despedimento colectivo na primeira reunião de informação e negociação, que vai decorrer hoje, pelas 16:30 horas, nas instalações do hotel.
O setor vive a melhor situação económica de sempre desde 2013, com aumentos sucessivos de receitas e de dormidas. Todos os indicadores apontam para um crescimento superior a 20% em 2017.
O Hotel Carris Porto tem uma boa ocupação ao longo do ano. Aumentou o número de quartos de 90 para 160. Em muitos dos dias da semana a ocupação ronda os 100%.
Não obstante a boa situação económica, a empresa decidiu iniciar um processo de despedimento coletivo de todas as 7 empregadas de quartos. Diz que vai extinguir os postos de trabalho e a secção. Mas como pode fazer isso se vai continuar a ter 160 quartos e a ter de tratar da sua limpeza, asseio e decoração todos os dias do ano? Diz que a ocupação é sazonal, o que é falso, pois a ocupação hoteleira no Porto deixou de ser sazonal há muito tempo, mantendo uma boa ocupação ao longo de todo o ano. Diz que vai contratar uma empresa de limpeza exterior, que fica mais barato. Mas isso, só por si, não é fundamento legal para despedir. E põem em causa a qualidade de serviço, dada a precariedade e a falta de formação profissional que as empresas de limpeza promovem.
Não há motivo para este despedimento coletivo. O motivo alegado não é verdadeiro. O facto de ser mais barato, e não é, só por si, não é motivo suficiente para fundamentar um despedimento coletivo. Para haver justa causa para despedir tem de haver necessidade imperiosa do despedimento para salvar a empresa e manter os demais postos de trabalho, o que não é o caso.
Além disso, a empresa recorreu a fundos comunitários, não pode despedir, não pode reduzir os postos de trabalho.
O sindicato já pediu a intervenção do Governo.
Realiza-se hoje a primeira reunião de informação e negociação, pelas 16:30 horas, nas instalações do hotel. O sindicato vai exigir a suspensão do despedimento coletivo.
Se a empresa não aceitar suspender o despedimento em curso, mantém-se a greve prevista para dias 18 e 31 de dezembro.
No dia 18, a partir das 8 horas, o sindicato vai promover uma ação de protesto à porta do hotel e pelas 9:30 horas dará uma conferência de imprensa no local para fazer o balanço da greve.
FONTE: Sindicato da Hotelaria do Norte