Pelo fim do regime de laboração contínua no fundo da mina e pela humanização dos horários de trabalho foi decidido realizar greve na Somincor, de 3 a 7 de Outubro.
A greve na Somincor, que tinha sido admitida nos plenários de dias 5 e 6, foi decidida este domingo no Plenário Geral de Trabalhadores que se realizou na sede do sindicato, em Aljustrel.Entre as reivindicações, inscritas na resolução do plenário e no pré-aviso de greve, estão ainda a antecipação da idade de reforma dos trabalhadores adstritos às lavarias, paste fill e backfill, a progressão nas carreiras, a revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o fim da pressão e repressão sobre os trabalhadores.
No plenário, os trabalhadores analisaram as respostas que a administração da Somincor (Sociedade Mineira de Neves-Corvo, do grupo multinacional canadiano Lundin Mining) apresentou ao sindicato numa reunião, no dia 13, nomeadamente sobre horários de trabalho dos trabalhadores adstritos à mina, antecipação da idade da reforma para os trabalhadores adstritos às lavarias (incluindo paste fill e backfill), progressão nas carreiras, política de prémios e ainda pressão e repressão sobre os trabalhadores, como se refere na nota de imprensa hoje divulgad pelo STIM.
Da discussão no plenário, concluiu-se:
1- Os horários actualmente praticados (laboração contínua) compreendem cinco dias de trabalho e apenas um de descanso; a cada 17 dias de trabalho seguem-se apenas três dias de descanso; isto representa uma total desumanidade na organização do tempo de trabalho, dificultando ou mesmo impossibilitando a conciliação da actividade profissional com a vida pessoal e familiar dos trabalhadores.
A proposta da administração contempla um horário diário de 10h e 42m no fundo da mina, onde os trabalhadores estão sujeitos a uma actividade extremamente penosa, sendo que, alguns trabalham a mais de mil metros de profundidade e em condições de ainda maior penosidade;
2- Os trabalhadores das Lavarias trabalham em regime de laboração contínua (a maioria há décadas) e estão sujeitos também a uma actividade de elevada penosidade, mas têm direitos inferiores aos trabalhadores do fundo da mina;
3- Os trabalhadores, de uma maneira geral, recebem hoje menos do que recebiam há 10 anos, se tivermos em conta o congelamento das progressões na carreira e a redução drástica dos montantes dos prémios;
4- A pressão e repressão exercidas sobre os trabalhadores são factos graves e têm vindo a intensificar-se.
Caso as respostas da administração continuem a não ser favoráveis, os trabalhadores da Somincor realizarão mais cinco dias de greve no mês de Novembro e outros cinco dias de greve no mês de Dezembro, em datas a definir.
Os trabalhadores da multinacional americana General Cable CelCat decidiram fazer, durante três dias consecutivos, paralisações de quatro horas por turno (duas horas ao início e outras duas horas ao fim de cada turno), com início no dia 27 de Setembro, às 00h30, e término no dia 30, às 00h30m.
Esta greve, como explica o SIESI numa nota à comunicação social, está convocada pela exigência de aumentos salariais, contra a jornada de trabalho de seis dias, com laboração (imposta ao primeiro turno) de sete horas seguidas sem período de descanso (refeição) e pela revisão de cláusulas do Acordo de Empresa referentes a férias, pagamento do trabalho complementar, subsídios de alimentação e anuidades.
Novas greves poderão ocorrer em Novembro e Dezembro, como informou o STIM.
Na CelCat estão convocadas paralisações parciais para 27, 28 e 29 de Setembro, revelou o SIESI.