Foi convocada na General Cable CelCat uma série de greves de quatro horas, para a próxima semana, com o objectivo de exigir que, na mesa das negociações, a direcção da empresa dê passos no sentido da valorização do trabalho e dos trabalhadores. Esta é também uma resposta a pressões recentes.
A Comissão Negociadora do SIESI, num comunicado aos trabalhadores, condenou as pressões que a direcção da CelCat tem vindo a exercer para conter a luta, procurando sacudir a água do capote a propósito de uma «sequência de resultados negativos».
A direcção faz parar a produção para reunir com pequenos grupos de trabalhadores, e tentou justificar os insucessos com as greves realizadas este ano. Mas qual a justificação que dá para os anos de 2014, 2015 e 2016?
Num abaixo-assinado entregue em Abril deste ano, a fundamentar a exigência de melhorias salariais, os trabalhadores lembravam precisamente que, naqueles três anos, a direcção argumentou dificuldades financeiras para impor pequenas actualizações dos salários, que nem sequer fizeram face ao aumento do custo de vida.
Naquele período, foram reduzidos os custos com pessoal, mesmo contando nesta parcela de despesa as exorbitantes indemnizações pagas para despedir um administrador e um financeiro.
«Ao mesmo tempo em que temos assistido à evolução positiva das vendas, não compreendemos como é possível produzir e vender anualmente muito mais e apresentar prejuízos sistemáticos», afirmava-se no abaixo-assinado, perguntando: «Quem é que a Direcção da CelCat quer enganar?»
Já a multinacional americana a que pertence a fábrica em Morelena (Sintra) exibiu aos accionistas seis mil milhões de dólares de lucros em 2016, observava-se no documento.
No final de Junho, após a terceira greve realizada este ano (com adesão superior a 90 por cento, tal como as anteriores), o sindicato considerou que a postura anti-negocial da direcção da filial portuguesa não tem fundamento: em 2016 houve um aumento de 43 por cento na produção e um resultado semelhante já estava verificado este ano.
Nos plenários de dia 19 de Julho, os trabalhadores decidiram convocar esta nova greve, de quatro horas (duas horas no início e duas horas no fim de cada turno), entre as 00h30m de 23 de Agosto e as 00h30m do dia 25:
1.º Turno - das 00h30m às 02h30m e das 05h30m às 07h30m;
2.º Turno - das 07h30m às 09h30m e das 14h00m às 16h00m;
3.º Turno - das 16h00m às 18h00m e das 22h30m às 00h30m
Turno geral – das 09h00m às 11h00m e das 15h30m às 17h30m.