Declaração da CGTP-IN Sobre as Afirmações do Ministro da Economia

O Ministro da Economia, discursando na abertura do Fórum de Cooperação Empresarial Portugal China 2007, que foi presidido pelo primeiro-ministro, José Sócrates, sustentou como uma das "cinco grandes razões" para os empresários chineses investirem em Portugal:  "Portugal  é um país competitivo em termos de custos salariais. Os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da União Europeia e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento".

 

Tal afirmação significa que:

1º - O Governo do Engº José Sócrates não tem um projecto de efectivo desenvolvimento para Portugal.

 

2º -  No que se refere às condições de trabalho e de vida dos portugueses, o Governo só fala verdade no estrangeiro; no país fazem-nos continuamente um discurso mentiroso.

 

3º - Portugal, no que se refere a salários e, por consequência, a condições de vida dos portugueses, está a divergir da União Europeia no seu conjunto e poderá dizer-se que, as perspectivas de futuro dos trabalhadores e dos povos dos países do alargamento, são bem mais seguras que as dos portugueses.

 

4º - É pelas afirmações feitas pelo Ministro da Economia (na presença do 1º Ministro) na China, por declarações do Presidente da República na Índia, que os trabalhadores portugueses tomam conhecimento dos verdadeiros objectivos e violência das políticas que estão a ser  postas em prática: baixos salários, precarização do trabalho e desregulação do mercado de trabalho; servir as multinacionais e o grande capital económico e financeiro,  esquecendo a essência do aparelho produtivo e as pequenas e médias empresas portuguesas.

 

5º - Com estas políticas o país vai por mau caminho! O IDE devia estar a ser atraído por uma elevação da qualificação dos portugueses, ou por significativos avanços tecnológicos, que até agora não passam de promessas mais do que duvidosas, e ainda, por sermos o que não somos, ou seja, uma sociedade de rigor, pouco especulativa, dinâmica e com efectivo poder de compra.

 

6º - Os trabalhadores  portugueses são tão bons como os melhores. Têm o direito a serem tratados  com dignidade e por isso exigem mudança; o país não pode estar condenado a estas políticas de intensa exploração que nos são propostas.

 

7º - Os trabalhadores, as suas famílias e outras camadas da população têm o direito e o dever de se indignarem.

 

É por isso que, denunciando o agravamento do custo de vida, exigindo melhoria dos salários e efectivação da contratação colectiva no Sector Privado e no Sector Público, denunciando a precariedade do emprego e reclamando emprego com qualidade, os trabalhadores vão realizar a 2 de Março – Acção Nacional de Luta Convergente – Juntos pela Mudança de Políticas